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Torcida

Uefa reembolsará torcedores do Liverpool por incidentes na final da Champions

Torcedores do Real Madrid e outros que foram afetados pelo caos antes da partida também podem solicitar a devolução do dinheiro

Redação Jornal de Brasília

07/03/2023 14h01

Foto: AFP

A Uefa anunciou nesta terça-feira que devolverá o dinheiro de todos os torcedores do Liverpool que compareceram à final da Liga dos Campeões do ano passado em Paris, marcada por incidentes nos arredores do Stade de France que afetaram principalmente os fãs ingleses.

Duramente criticada em meados de fevereiro por um relatório de uma investigação independente, a federação europeia vai reembolsar os ingressos comprados por torcedores dos ‘Reds’ (19.618 no total) e confiará ao clube a organização dos pagamentos.

Torcedores do Real Madrid e outros que foram afetados pelo caos antes da partida também podem solicitar a devolução do dinheiro dos ingressos, mas cada caso será analisado individualmente.

“Reconhecemos as experiências negativas vividas por estes torcedores” no dia 28 de maio de 2022, “e graças a este programa, vamos reembolsar aqueles que compraram ingressos e foram os mais afetados pelas dificuldades de acesso ao estádio”, declarou Theodore Theodoridis, secretário geral da Uefa.

Conclusões da investigação

“Levamos em conta um grande número de pontos de vista expressados de forma pública e privada e acreditamos que criamos um sistema completo e equitativo”, explicou Theodoridis.

Espera interminável, torcedores atingidos por gás lacrimogênio e vítimas de roubos… As falhas dispositivo de segurança para a partida, que teve o início atrasado em 37 minutos e que terminou com a vitória do Real Madrid por 1 a 0, permitiram cenas de caos em Saint-Denis, provocando uma polêmica entre França e Inglaterra.

A investigação independente encomendada pela Uefa concluiu que a “primeira responsabilidade” pelos graves incidentes é da própria entidade e criticou a polícia francesa pelo uso de gás lacrimogênio e spray de pimenta.

Acima de tudo, o relatório exime de qualquer responsabilidade os torcedores do Liverpool, que em um primeiro momento foram acusados pela Uefa de terem chegado com atraso e depois, pelo ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, de terem tentado entrar no estádio com ingressos falsos.

Os investigadores concluíram que não havia “nenhuma prova de número anormalmente alto de torcedores sem ingressos ou com ingressos inválidos”, questionando os dados apresentados pelas autoridades, “falsamente inflados e exagerados”, e sugerindo que tais alterações poderiam ter como objetivo “desviar a responsabilidade das falhas operacionais”.

“Isso não exime a Uefa”

Por outro lado, a investigação trata com “assombro” o fato de que o esquema de manutenção da ordem possa ter sido influenciado pela imagem de torcedores do Liverpool tachados de ‘hooligans’, uma “ideia falsa e inexplicável”.

“Os torcedores foram atingidos por gás, roubados, atacados. Havia pessoas que temiam por suas vidas. O que poderia ter sido um momento de consagração da temporada para os torcedores da Inglaterra e da Espanha se tornou um caos”, expressou em meados de fevereiro o a Spirit of Shankly, uma das principais torcidas organizadas dos ‘Reds’.

Em um comunicado, o Liverpool explica que a iniciativa se trata de uma “política de reembolso da Uefa” e que o papel do clube será o de “administrar o reembolso aos torcedores”.

Enquanto isso, a Spirit of Shankly e a Liverpool Disabled Supporters Association consideram que a federação europeia “começou a caminhar na direção do reconhecimento de sua culpa no fiasco”.

“Mas isso não desculpa a Uefa, nem a exime de críticas ou diminui a necessidade de implementar todas as recomendações da investigação independente”, acrescentam as torcidas organizadas.

© Agence France-Presse

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