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Times brasilienses relatam dificuldades após pausa no Candangão 2020

Após atender as recomendações e suspender as atividades, as equipes classificadas para a fase final tem convivido com a incerteza do atual momento

Redação Jornal de Brasília

06/04/2020 19h30

Atualizada 07/04/2020 12h11

João Paulo de Brito e Arthur Ribeiro
Jornal de Brasília/Agência UniCEUB

A conclusão da 11ª rodada do Campeonato Brasiliense, realizada no último dia 18 de março, marcou não apenas o encerramento da fase de classificação do torneio, mas também o início da paralisação do Candangão devido a pandemia do novo coronavírus. Por conta da falta de jogos e, consequentemente, a diminuição de receitas de bilheteria, clubes e jogadores da capital federal têm sofrido os impactos financeiros e esportivos após a decisão de interromper o torneio temporariamente.

Após atender as recomendações e suspender as atividades de forma integral, as equipes classificadas para a fase final tem convivido com a incerteza do atual momento. Bruno Mesquita, diretor de futebol do Luziânia, destaca que a finalização do campeonato estadual pode impactar financeiramente o clube. “Para o time, o impacto é agora. Esse período sem saber quando vai voltar, quanto tempo teremos que esperar. Caso acabe o campeonato, acabam as contas.”

Caso o campeonato acabe, o Luziânia sofrerá impactos financeiros. Foto: A.A. Luziânia

Porém,  o dirigente explica que a instituição possui condições de manter as atividades até o fim do mês de abril. “Tínhamos feito o planejamento até o dia 25, então estamos tranquilos até essa data.” Em relação à situação dos jogadores, Bruno Mesquita afirma que o clube cogita estender o vínculo com os atletas, porém aguarda um posicionamento da Federação de Futebol do Distrito Federal. “Caso seja necessário, faremos a prorrogação. Se for para acabar o campeonato, temos que aguardar o pronunciamento oficial.”

A expectativa do time é que o torneio tenha continuidade assim que a situação melhore. “Chegamos na classificação e queremos jogar. Sabemos que teremos um adversário difícil, mas no futebol tudo é possível”, finaliza Bruno Mesquita. Devido a paralisação da competição, o confronto entre Gama e Real Brasília, que havia sido alterado para o dia 21 de março, não foi realizado. A ideia é que o jogo aconteça, caso o torneio seja retomado. O resultado dessa partida define se o Luziânia vai enfrentar o Gama ou Brasiliense nas quartas de final.

Henrique Botelho, presidente do Formosa, explica que completar o torneio tem finalidade esportiva, cujo objetivo maior era buscar seu objetivo de estar entre os dois primeiros. “Esse ano, em tese, era o ano da colheita de um planejamento que estávamos trabalhando a 4 anos. Preparando jovens atletas, repatriando atletas experientes que estiveram conosco em anos anteriores, mantivemos a comissão técnica. O planejamento era para conseguir uma vaga na Copa do Brasil”.

O planejamento do Formosa era para conseguir uma vaga na Copa do Brasil. Foto: Manoel Francisco

O Formosa não trabalha com a possibilidade de o campeonato ser encerrado antes dos jogos finais, pois além de uma possível vaga em outras competições, também depende da renda adquirida no torneio. O presidente do clube reitera o tamanho do impacto desta paralisação na economia do Tsunami do Cerrado, como é chamado pelos torcedores. “Essa paralisação simplesmente arruinou as finanças do clube, que já trabalhavam com muita dificuldade”. 

A data prevista para o fim do campeonato era dia 25 de abril, mas a probabilidade do campeonato retornar antes é mínima. Assim, como a maioria dos clubes oferece contratos aos jogadores e membros da comissão técnica apenas até a data do fim da competição, muitos destes terão seus vínculos encerrados. No próprio caso do Formosa, o clube terá que negociar novos contratos com a retomada da situação. O Taguatinga apresenta condição ainda mais grave  . Quarto maior campeão estadual, segundo o presidente Edmilson Marçal, o clube procurou os atletas para renovação e apenas 3 prorrogaram, os demais não se interessaram.

Apenas três jogadores do Taguatinga decidiram prorrogar os contratos com o clube. Foto: Taguatinga E.C.

Atual segundo colocado da competição estadual, o Brasiliense é a equipe que apresenta a situação financeira mais estável entre as entrevistadas. Assim como o Gama, o Jacaré participa de outros torneios, além do Campeonato Brasiliense. Esse fato permite que a instituição possua planejamento anual e não precise estender contratos de jogadores no momento. De acordo com o clube, a expectativa de retorno estava programada para acontecer ainda em março, porém a gravidade da situação vivida e a preservação da saúde dos atletas fez com a instituição adiasse a previsão de volta às atividades.

Calendário indefinido

Além dos problemas econômicos, somados pela falta de ajuda financeira da principal organização do futebol candango e do país, a FFDF e a CBF, respectivamente, há também um prejuízo no planejamento para o próximo ano. Com uma possível não realização dos jogos da fase final do torneio, haveria uma indefinição entre quais seriam os clubes considerados primeiro e segundo colocados na disputa. Os dois finalistas do estadual garantem vaga automática na disputa da Copa do Brasil de 2021, um dos torneios com melhor retorno econômico do país, e da Série D do Campeonato Brasileiro.  

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