Menu
Torcida

Tenista do DF, filho de diarista e pedreiro, é convocado para jogar na França

Os torneios serão no segundo semestre do ano e o atleta diz estar animado para competir junto com o clube Bussy-Saint-Georges

Redação Jornal de Brasília

04/04/2022 18h35

Foto: Arquivo pessoal

Monique Del Rosso
(Jornalde Brasília / Agência de Notícias CEUB)

Paulo Saraiva, de 21 anos, é um tenista profissional ATP de Brasília e irá participar, em maio, do Stade Roland Garros, na França. As disputas serão divididas em 5 partidas individuais e 2 jogos em duplas.

Se uma equipe vencer ambas as partidas de duplas, ela recebe um ponto de bônus. Os torneios serão no segundo semestre do ano e o atleta diz estar animado para competir junto com o clube Bussy-Saint-Georges.

Junto com a sua vontade de competir, conta a sua história e que tudo começou através do projeto PROFESP (Programa Forças no Esporte). ” Foi amor à primeira vista”, afirma.

Histórico do tenista

A história de Paulo no tênis começou com uma vitória em um torneio no Clube Naval. “Toda vez que eu estou em Brasília, eles disponibilizam quadra para que eu possa treinar, então foi um local perfeito para a minha primeira vitória”.

Outra experiência marcante que ele cita foi na Bolívia. “Na Bolívia, foi a minha primeira competição internacional, não foi um resultado que eu gostei, mas foi uma baita experiência, com esse duelo, eu pude ajustar a minha rotina, para uma melhor evolução no futuro”.

Em 2017 ganhou torneios de simples e duplas, foi número um no Brasil até os 16 anos e na categoria 18 e conquistou títulos sul-americanos. Dentro desse contexto, o histórico dele, na França, não é novidade. Ele participou de 14 torneios em 2019 e foi aí que conseguiu a classificação para o interclube no ano seguinte. Desse modo, conseguiu uma brecha e apoio do clube Francês.

Dessa maneira, outro êxito de sua vida foi treinar no Rio Open neste ano. “Um dos caras que treinei foi esse, Carlos Alcaraz. Foi campeão do Rio Open. Mais jovem da história a ganhar um ATP 500. E agora está na final do Master 1000 de Indian Wells”.

Projeto social

O tenista fez parte de um programa social do governo federal. “Entrei no projeto, com 9 anos. Porque minha mãe já não conseguia pagar uma creche… Entre eu e minha irmã ficamos em casa sozinhos, surgiu essa oportunidade de fazer parte desse projeto no Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília. Lá tem vários esportes”. Foi dessa forma em que o tênis entrou na vida do mesmo.

“O professor Chico e o Carlão me motivaram muito e disseram que levava jeito. Ali surgiu o interesse em jogar e com isso, joguei meu primeiro torneio no Clube Naval”.

Desejo de tenista

“Quero ser top 10, para mostrar que é possível chegar onde quer apesar dos obstáculos”. Paulo Saraiva, almeja ser um nome de destaque no esporte que pratica. Com isso, revela que suas origens dificultaram a sua evolução, a classe social foi um ponto muito forte. “Minha mãe é diarista e meu pai pedreiro (…) todos os dias lutaram para a gente viver e dar tudo de melhor pra gente”, comenta.

Falta de apoio

Pela falta de apoio financeiro e patrocínio, Paulo perdeu várias oportunidades para jogar em disputas com pontuações na ATP e, por esse fato, seu ranking atual, 1975º. Com os torneios na Europa ele pode elevar esse ranking. Além disso, o jovem possui ajuda de algumas marcas, mas não é algo fixo, disserta. Entre eles, estão algumas marcas de roupa, suplementos e também a ajuda de seus amigos e outros.

Desse modo, o tenista tinha a Bolsa Atleta desde 2017, mas perdeu-a no início deste ano, mesmo se encaixando em todos os pré-requisitos técnicos e econômicos. Então, a vaquinha criada por ele tem o objetivo de compensar essa perda de R$ 458 mensais.

“Quando os atletas estão na base é muito difícil o Brasil incentivar, têm muito que melhorar”, diz o atleta. Ademais, Paulo Saraiva abriu uma vaquinha para que possa ir jogar e custear outros gastos na viagem a Paris.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado