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Futebol

Simpatia dos iraquianos conquista a torcida

Arquivo Geral

05/08/2016 6h29

Jéssica Antunes

Jéssica Antunes
jessica.antunes@jornaldebrasilia.com.br

A grande atração do primeiro jogo de futebol olímpico no Mané Garrincha não ficou no campo. Muitos olhos ficaram virados para a arquibancada, onde quem chamou a atenção diante do futebol morno de Iraque e Dinamarca foi a torcida do país do Oriente Médio. Equipados com bandeiras, lenços e turbantes, homens, mulheres e crianças com sotaque pouco conhecido em Brasília conquistaram os torcedores locais com sua animação e, assim como na tabela, ganharam um ponto fora das quatro linhas.

Quem puxava o coro era Mahdi Alkabi, de 61 anos, que pouco sentou ao longo da partida. Morador da capital Bagdá, ele promete acompanhar a seleção e cada mínima chance de chegar à pequena área do time adversário já era motivo para ele puxar o coro dos conterrâneos. Um deles era Hassam Rasim, 19 anos, que chegou de Bagdá a Brasília há dois anos e mora em Sobradinho com a família.

“A gente torce para o Iraque e depois para o Brasil, mas quando forem se enfrentar, no domingo, não vai dar para torcer pelos dois”, brincou o jovem que trabalha em um lava a jato da família. Pela terceira vez na vida e primeira no Brasil, ele viu sua seleção entrar em campo. A única reclamação foi pelas restrições: “Trouxemos comida, mas mandaram jogar tudo fora. Também tiraram a haste da bandeira, os equipamentos de som”.

Em número inferior, dinamarqueses também marcaram presença no Mané Garrincha. Com a mãe e a namorada, Christen Poersteing, 24 anos, aproveitou que o irmão, o meio campista Frederik Borsting, foi convocado, para vir ao Brasil. “A arquitetura do estádio faz ele parecer grandioso”, elogiou.

“É legal ter uma visão ampla do campo e do público. Só os voluntários que podiam falar inglês. Não fosse meu filho, que arranha no espanhol, teríamos tido problemas”, relatou a mãe Lene Poersteing, bancária de 51 anos. Juntos, eles seguirão a seleção dinamarquesa de futebol por onde forem durante os Jogos Olímpicos.

O lado ruim da festa

Nem tudo foi festa e comemoração. Privadas entupidas, lama no chão e nos assentos, falta de papel foram apontados por torcedores como os principais problemas dos banheiros masculinos e femininos da arena esportiva. Beber e comer dentro da arena também era complicado, pelos preços fora da realidade e ainda há problemas de abastecimento. A cerveja, apenas a marca oficial dos jogos, sai a R$ 13 (copo com 550 ml), uma garrafa de água de 500 ml, R$ 8, o refrigerante de 600ml, R$ 10.

O casal Jucivane Nogueira e Eduardo Rodrigues, de 44 e 48 anos, saíram de Cuiabá para acompanhar todas as partidas do Mané Garrincha e não saíram com boa impressão. “Perdemos o segundo tempo do jogo tentando comprar um lanche. Não tinha sanduíche. Tentamos três vezes e o grande público nem tinha chegado ainda”, reclamou a mulher. Agora, eles comerão antes de chegar no estádio.

Os funcionários garantiram que reposição de lanches acontecia, mas não aguentava a demanda das filas, especialmente durante o intervalo dos jogos. No entanto, pizza, pão de queijo e sanduíche natural acabaram antes do início do jogo entre Brasil e África do Sul. Nos banheiros, reposições constantes de papel e sabonete foram flagrados pela reportagem.

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