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Sete seleções europeias desistem de usar braçadeira “One Love” no Catar

Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Holanda e Suíça expressaram sua “frustração” pela inflexibilidade da Fifa

Redação Jornal de Brasília

21/11/2022 8h53

Foto: Marco Bertorello/AFP

As sete seleções europeias que planejavam usar uma braçadeira colorida “One Love” em favor da inclusão e contra a discriminação desistiram, nesta segunda-feira (21), de fazê-lo diante da ameaça de “sanções esportivas” durante a Copa do Mundo no Catar, anunciaram poucas horas antes da partida entre Inglaterra e Irã. 

“A Fifa foi muito clara, vai impor sanções esportivas se nossos capitães usarem as braçadeiras em campo. Como federações nacionais, não podemos pedir a nossos jogadores que se arrisquem a sanções esportivas, incluindo cartões amarelos”, escreveram as sete federações. 

Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Holanda e Suíça expressaram, contudo, sua “frustração” pela inflexibilidade da Fifa.

A França, que inicialmente integrava a iniciativa “One Love”, já havia anunciado, por meio de seu capitão Hugo Lloris, que não usaria a braçadeira. 

“Estávamos prontos para assumir multas aplicáveis em caso de desrespeito às regras sobre uniformes e equipamentos e estávamos muito comprometidos com essa braçadeira. Mas não podemos colocar nossos jogadores em uma situação em que possam receber cartões amarelos e até mesmo ter que deixar o campo” (em caso de segundo cartão amarelo), justificaram as federações. 

As regras sobre uniformes e equipamentos prevê que os capitães usem “as braçadeiras fornecidas pela Fifa” durante as fases finais da competição. Caso contrário, o árbitro pode solicitar ao jogador que saia de campo para “corrigir seu uniforme”, e em caso de descumprimento desta instrução, o jogador pode ser punido, a critério do árbitro.

Críticas

Como reconheceu o técnico da seleção da Dinamarca, Kasper Hjulmand, “entrar em campo e receber um cartão amarelo não dá”, afirmou.

“Não podemos pedir aos jogadores que assumam isso”, comentou nesta segunda. 

Desde o anúncio de sua escolha domo sede do evento em 2010, o Catar tem sido alvo de fortes críticas, que se intensificaram ainda mais com a proximidade do torneio, principalmente sobre os direitos humanos, pessoas LGBTQIA+ e trabalhadores migrantes, incluindo os que trabalharam nas obras da Copa do Mundo. 

Para demonstrar o seu compromisso com estas causas, várias federações europeias anunciaram em setembro a iniciativa “One Love”.

A Fifa, que permaneceu em silêncio por muito tempo, reagiu no sábado oferecendo suas próprias braçadeiras de capitão, com mensagens muito mais consensuais como “Salve o planeta”, “Educação para todos” ou “Não à discriminação”.

Nesta segunda-feira, a entidade máxima do futebol mundial anunciou que suas braçadeiras oficiais com a mensagem “Não à discriminação” poderão ser utilizadas pelos capitães a partir de agora – a programação inicial era de uso a partir das quartas de final.

© Agence France-Presse

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