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Futebol

Seleção feminina ainda tem dois demônios a exorcizar no Rio2016

Arquivo Geral

13/08/2016 10h19

REUTERS/Mariana Bazo

Eric Zambon
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Cada vitória da Seleção feminina é um triunfo completo. Quando elas vencem, não apenas se apresentam melhor e saem de campo com um bom resultado, mas também superam preconceitos, machismos e falta de incentivo a cada chute, a cada lance. Desportivamente, porém, havia aspectos técnicos que precisavam ser enfrentados pelas mulheres. Para esta edição dos Jogos, o JBr listou cinco demônios que elas já exorcizaram ou ainda terão de enfrentar se quiserem colocar a medalha de ouro no peito pela primeira vez na história.

A maior dificuldade de todas, a seleção dos EUA, já saiu da competição sem que as brasileiras tivessem de mover um músculo. As atuais campeãs olímpicas e mundiais foram eliminadas pela Suécia de Pia Sundhage na última sexta (12) e estão fora de uma semifinal após mais de 20 anos. A ausência das algozes de 2008 e 2011 certamente aumenta as possibilidades de medalha do Brasil, que joga na terça (16) contra as suecas, mas não é tudo:

1) Placares magros

Em Londres-2012 e no Mundial do Canadá, no ano passado, o Brasil se classificou sem grandes dificuldades, mas acumulando resultados muito modestos contra times mais fracos. Nos Jogos passados, a Seleção perdeu o terceiro confronto da fase de grupos para a Grã-Bretanha e chegou sem confiança para enfrentar o Japão. Resultado: eliminação.

Em 2015, vitórias por apenas 1 a 0 contra Espanha e Costa Rica, com atuações pouco convincentes, também minaram a moral do time, eliminado na fase seguinte. Nesta edição da Olimpíada, as coisas parecem ter entrado nos eixos. Marta e cia já marcaram oito vezes em quatro partidas, com direito a uma revigorante goleada por 5 a 1 contra a Suécia. Não à toa, sobrou vontade e confiança para enfrentar a dura batalha desta sexta-feira.

2) As quartas de final

Desde 2008, quando ficou com a medalha de prata em Pequim, o Brasil não conseguia ir além das quartas de final dos torneios oficiais. No Mundial de 2011, caiu para os EUA na disputa por pênaltis, aós levar o gol do empate nos acréscimos da prorrogação. Nos Jogos de Londres, em 2012, uma vez mais a Seleção ficou pelo caminho após chegar entre as oito melhores e perder para o Japão. Na Copa de 2015, sediada no Canadá, Marta e cia caíram ainda nas oitavas justamente para a Austrália, adversária desta sexta-feira. Voltar a uma semi-final depois de oito anos é sinal de que o time evoluiu no último ciclo olímpico.

3) A Austrália

A derrota no Mundial de 2015 para a Austrália estava entalada na garganta. O time comandado por Vadão não esteve em seus melhores dias, mas desperdiçou chances claras para decidir o jogo. Quem não faz, leva, e a atacante Kyah Simon fez questão de punir o Brasil no segundo tempo. Destaque naquela partida, a goleira australiana Lydia Williams foi ofuscada nesta sexta pelo brilho de Bárbara, que salvou duas cobranças de pênaltis.

Uma curiosidade é que Bárbara era reserva de Luciana em 2015 e sequer entrou em campo no Mundial. O fato de ela ter chegado à titularidade em 2016 e ter sido decisiva na partida mostra uma boa renovação da defesa brasileira.

4) Pia Sundhage

Em uma entrevista, a técnica sueca Pia Sundhage descreveu o empate dos EUA no último instante de jogo contra o Brasil, na Copa do Mundo de 2011, como o melhor momento de sua carreira. Hoje à frente da Suécia, a treinadora terá nova oportunidade de fazer história diante das brasileiras, na partida pelas semifinais do torneio feminino de futebol. Após a acirrada vitória nos pênaltis diante da Austrália, o momento é de aproveitar o embalo, buscar uma revanche e garantir que a única boa lembrança da sueca contra a Seleção continue sendo a de cinco anos trás.

5) O título

As mulheres brasileiras já bateram duas vezes na trave e precisam do ouro não apenas para provar ao mundo que podem, mas para tentar, uma vez mais, atrair investimentos ao futebol feminino. Desde a prata em Pequim, o campeonato nacional foi fortalecido e algumas jogadoras passaram a fazer parte de uma seleção permanente do Brasil. Foram apenas os primeiros passos rumo ao progresso e parecem pouco se levarmos em consideração as cifras bilionárias investidas no time masculino. O título inédito pode ser o que falta para as meninas receberem a devida atenção.

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