Em fevereiro de 2019, um incêndio no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, matou 10 atletas da base da equipe, que tinham entre 14 e 16 anos. E hoje, mais de quatro anos depois, será realizada a primeira audiência de instrução e julgamento com coleta de depoimentos.
O caso tem, atualmente, oito réus, dentre eles ex-dirigentes do Flamengo e responsáveis pelo fornecimento de contêineres e manutenção do sistema de refrigeração.
Inicialmente, eram 11 pessoas denunciadas, mas três já foram retiradas do processo criminal. A Justiça rejeitou a denúncia contra Carlos Noval, ex-diretor da base do Flamengo e que atualmente é gerente de transição do clube, e Luiz Felipe de Almeida Pondé, engenheiro que trabalhava no Flamengo. Já Marcus Vinicius Medeiros, monitor que trabalhava no Ninho, foi julgado separadamente e absolvido.
Em denúncia finalizada em 2021, o Ministério Público do Rio de Janeiro (PM-RJ) solicitou que 53 pessoas fossem ouvidas como testemunhas, dentre elas, sobreviventes do incêndio, dirigentes do Flamengo, policiais, bombeiros, fiscais e outras pessoas envolvidas na tragédia.
O incêndio
No início da manhã do dia 8 de fevereiro de 2019, as chamas atingiram as instalações onde dormiam jogadores entre 14 e 17 anos que não residiam no Rio de Janeiro, e por isso, moravam nas dependências do Flamengo, em seis contêineres interligados que serviam de dormitórios. A principal suspeita é de que tenha havido um curto-circuito em um ar condicionado.
Na época, a Prefeitura do Rio de Janeiro afirmou que o dormitório não tinha licença municipal, pois não constava no último projeto aprovado pea área de licenciamento.
As vítimas
- Athila Paixão, de 14 anos;
- Arthur Vinícius de Barros Silva Freitas, 14 anos;
- Bernardo Pisetta, 14 anos;
- Christian Esmério, 15 anos;
- Gedson Santos, 14 anos;
- Jorge Eduardo Santos, 15 anos;
- Pablo Henrique da Silva Matos, 14 anos;
- Rykelmo de Souza Vianna, 16 anos;
- Samuel Thomas Rosa, 15 anos;
- Vitor Isaías, 15 anos.