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Brasília

Vídeo: proibição de bolsas no Mané Garrincha irrita torcedores

Arquivo Geral

08/08/2016 7h00

Jéssica Antunes

Jéssica Antunes
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A proibição de entrar com bolsas e mochilas no estádio rendeu polêmicas na rodada dupla de futebol ontem no Mané Garrincha. Torcedores tiveram de dar meia volta para achar um local apropriado para guardar os objetos, mas também houve quem jogasse tudo fora, quem batesse boca com voluntários e militares do local e até quem tentasse dar um jeitinho.

A postos em frente aos portões externos, os colaboradores da Rio 2016 gritavam as limitações de posse para o acesso ao estádio. Não foi suficiente, porém, para pegar torcedores de surpresa. “Só tem celular, carregador, carteira e documento”, justificou a empresária Ana Paula Namura, 40 anos, que usava uma pochete.

“É compreensível porque tem que haver prevenção, mas nos deixa em perigo porque o estacionamento é longe. Fica tudo nas mãos, já que não tem guarda-volume”, analisou o noivo José dos Santos, estudante de 32 anos. Para o casal, o ideal seria analisar caso a caso.

Pela primeira vez no estádio nas Olimpíadas, Rita Carolina e Waldemir de Almeida, de 52 e 51 anos, não sabiam das restrições para alimentos e mochila. De acordo com as regras, garrafas só entram vazias e sem rótulo, e alimentos apenas nas embalagens originais. “Precisava de mais informação. A gente entende que todo cuidado é pouco. Ter que voltar no carro é o de menos”, minimizou ele.

Exaltados são controlados

Nem todos, no entanto, encararam com compreensão a proibição. Um homem com a família, que teria chegado de São Paulo para o jogo, bateu boca com guardas, voluntários e PMs que faziam segurança da área externa do estádio. “Eu nunca vi mulher sem bolsa. A gente compra ingresso caro e não está escrito que não pode entrar com bolsa”, bradou, mas foi controlado pela capitã Cristiane Caldeira, da PM.

“Alguns torcedores tentam entrar com bolsa que não dá para ver o interior e se chateiam pela proibição. Nós tentamos acalmar, convencer a chamar alguém para buscar os objetos”, explicou a capitã. O homem da discussão, disse, conseguiu que um motorista levasse os itens ao hotel. “Temos conseguido resolver com diálogo. Até agora todos resolveram o problema e entraram para o jogo”, revelou.

Mais ousados, alguns arriscaram um jeitinho de burlar a segurança passando bolsas e binóculos pelas grades externas. Durante África do Sul e Dinamarca, quando o público ainda era pequeno, PMs encontraram duas bolsas femininas infiltradas. Funcionários do local ainda disseram ter flagrado pessoas escondendo objetos proibidos na roupa.

Lembranças a preço de ouro

Uma única loja de souvenires no interior do Mané Garrincha foi quem quase não viu público. Levar uma lembrança das Olimpíadas na capital do país pesa no bolso. Ali, uma camiseta simples com motivos olímpicos custa R$ 95; uma toalha, R$ 80; uma garrafa, R$ 65; uma mochila, R$ 250; Tom e Vinícius, os mascotes, em pelúcia, R$ 115 cada.

Jéssica Antunes

Jéssica Antunes

“Acho que os preços estão mais caros que na Copa do Mundo”, disse Denarte D’Ávila, 58 anos, mineiro de Montes Claros que veio a Brasília apenas para o jogo. Mesmo assim, ele resolveu comprar uma camiseta como lembrança. A compra foi antes do primeiro jogo da rodada. Ele e o filho Hugo D’Ávila resolveram chegar cedo para evitar filas e conseguir estacionamento mais próximo.

Casos de polícia

O funcionário de um dos bares do estádio foi detido ao chegar bêbado ao local de trabalho. Segundo informações da Polícia Civil, o homem com sinais de embriaguez foi impedido de entrar pelos seguranças da arena e, irritado com o descredenciamento, passou a ofender e ameaçar os seguranças. Ele foi indiciado por injúria e ameaça.

Em plena luz do dia, cambistas se agruparam nas proximidades do Mané Garrincha e revendiam ingressos oficiais acima do estampado no bilhete, o que configura crime. Dois foram foram presos em flagrante com cinco ingressos e R$ 500. Com um dos suspeitos, também foi encontrada uma pequena quantidade de maconha.

À noite, a Polícia Civil fez um flagrante de pirataria e apreendeu 27 camisetas falsas da seleção brasileira com a logomarca da Nike. A prática é considerada crime contra marca e pode levar a até um ano de detenção. Todas as ocorrências foram registradas na 5ª delegacia de Polícia (Área Central).

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