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Torcida

Novo coronavírus ameaça o esporte mundial com o caos

Uma medida para evitar o aglomeração de torcedores nos estádios surgiu por meio de uma decisão mais firme: o adiamento das partidas

Redação Jornal de Brasília

11/03/2020 16h54

Atletico Madrid’s Spanish striker Alvaro Morata (C) warms up before the UEFA Champions league Round of 16 second leg football match between Liverpool and Atletico Madrid at Anfield in Liverpool, north west England on March 11, 2020. (Photo by JAVIER SORIANO / AFP)

Com o adiamento de eventos, jogos sem público e equipes impossibilitadas de viajar como medida de precaução, o esporte mundial se aproxima do caos, afetado seriamente pelas diferentes restrições em muitos países provocadas pela epidemia do novo coronavírus.

Num momento em que o futebol europeu começava a digerir o fato de ter que disputar boa parte dos jogos dos diferentes campeonatos nacionais com portões fechados, uma medida para evitar o aglomeração de torcedores, surgiu nesta quarta-feira uma decisão mais firme: o adiamento das partidas.

Foi o caso com dois jogos das oitavas de final da Liga Europa em que se enfrentariam times da Itália e da Espanha, os dois países europeus mais afetados pela epidemia: Sevilla-Roma e Inter-Getafe.

A Roma anunciou nesta quarta-feira que não viajaria à Espanha em função da decisão do governo espanhol de suspender todos os voos procedentes da Itália, onde já faleceram 631 pessoas vítimas do Covid-19.

Este anúncio chegou horas depois do presidente do Getafe, Ángel Torres, garantir que seus jogadores não iriam a Milão por medo de se meter “no epicentro do coronavírus”. “Se tivermos que perder a eliminatória, então que seja”, completou.

Diante desta situação, a Uefa confirmou nesta quarta-feira em comunicado o adiamento de ambos os jogos, o que complicará ainda mais o calendário do futebol italiano, que já sofreu alterações com a decisão do governo de suspender todas as competições esportivas no país, inclusive da 1ª divisão do futebol, até 3 de abril, lembrando que a Eurocopa-2020 está agendada para começar em 12 de junho.

Quarentena na Rússia

Outros três jogos da Liga Europa (Linz-Manchester United, Olympiacos-Wolverhampton e Wolfsburg-Shakhtar Donetsk) serão disputados com portões fechados, assim como o duelo entre Paris Saint-Germain e Borussia Dortmund desta quarta, válido pelo jogo de volta das oitavas de final da Liga dos Campeões.

Neste cenário, jogos disputados com torcida vão se tornando exceção.

Na Espanha, a Federação Espanhola de Futebol (RFEF) anunciou o adiamento da final da Copa do Rei, prevista para 18 de abril entre Athletic e Real Sociedad, enquanto as autoridades francesas fizeram o mesmo com a final da Copa da Liga entre PSG e Lyon, em 4 de abril.

As restrições nos deslocamentos das equipes perturbam também outras competições, como os torneios continentais de basquete feminino, já que as equipes do Montpellier francês e do CB Avenida de Salamanca, da Espanha, não puderam viajar à Rússia devido ao período de isolamento de 14 dias imposto pelo governo russo a todas as pessoas oriundas dos países mais afetados pelo vírus.

No masculino, os próximos jogos dos clubes italianos na Euroliga (Milão) e Eurocopa (Veneza e Bologna) serão deslocados.

Chama sem público

O temor do Covid-19 também provocou o adiamento do início da temporada do Mundial de MotoGP, que deveria começar no Catar em 8 de março. Ainda não há uma nova data.

A preocupação se estende também à Fórmula 1, que começaria sua nova temporada no próximo fim de semana na Austrália. Até o momento, nenhuma medida foi adotada, mas um membro da equipe americana Haas e outro da britânica McLaren se afastaram voluntariamente dos cargos após apresentarem sintomas gripais.

A epidemia também afeta o tênis. A Federação Internacional (ITF) anunciou nesta quarta-feira o adiamento -com data a determinar- da fase final da Fed Cup, prevista inicialmente para meados de abril em Budapeste. O torneio de Indian Wells, o primeiro Masters 1000 da temporada, já foi cancelado.

Os adiamentos e cancelamentos se multiplicam a somente cinco meses dos Jogos Olímpicos de Tóquio (24 de junho a 9 de agosto), o maior evento esportivo do mundo, no qual são esperadas as presenças de 11.000 atletas e 4,5 milhões de espectadores.

Na Japão, o vírus contaminou 560 pessoas, das quais 12 faleceram.

A ministra japonesa dos Jogos Olímpicos, Seiko Hashimoto, julgou nesta quarta-feira “inconcebível” adiar ou cancelar os Jogos de Tóquio, embora outro membro da entidade, Haruyuki Takahashi, cogitou a hipótese, segundo o jornal The Wall Street Journal.

Pela primeira vez em três décadas, a chama olímpica será acesa nesta quinta-feira (12) no Monte Olimpo, na Grécia, berço dos Jogos Olímpicos, sem a presença de público.

 

Agence France-Presse

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