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Futebol

Marco Aurélio aprova mudanças na Libertadores, mas defende estaduais

Colaborador JBr

04/10/2016 9h46

Divulgação São Paulo FC

A revolução que a Conmebol irá promover nas competições continentais a partir já da próxima temporada mexeu com o cenário do futebol brasileiro, principalmente depois da CBF anunciar que o Campeonato nacional dará mais duas credenciais à Copa Libertadores da América de 2017. Dependendo dos times que conquistarem a Copa do Brasil e a Copa Sul-americana ainda neste ano, o G6 pode até se tornar G8, o que passou a dividir muitas opiniões e levantar a tese de que a Libertadores estaria sendo banalizada. Em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva, Marco Aurélio Cunha, diretor executivo de futebol do São Paulo, confirmou seu apoio às mudanças e foi categórico sobre a questão de times menores terem mais possibilidades de disputar a Libertadores com as alterações.

“Preconceito! Se você olhar para o mundo, alguém diria que o Leicester seria campeão inglês? Por que não (ter G6)? Você aumenta a concorrência dos times grandes, que terão de trabalhar para não perder espaço, e premia a competência de uma boa administração que um clube menor pode fazer”, disse, sem querer envolver o Tricolor nesta briga, por enquanto. O time do Morumbi está a sete pontos do 6º colocado, mas a quatro da zona de rebaixamento.

“Nosso objetivo é ganhar jogo. Não temos objetivo em falar de classificação ou qualquer objetivo maior. Não adianta pensar nisso agora. Temos de ganhar jogo e, no fim do ano, vamos ver o saldo bancário”, comentou, mantendo a esperança em um natal feliz para o clube.

Em 2017, A Copa Libertadores da América terá 44 clubes. A fase de grupos continuará com 32 equipes, enquanto as vagas acrescidas serão para times que disputarão fases preliminares. Esse inchaço fará com que o torneio comece em fevereiro e termine apenas em novembro. Para Marco Aurélio Cunha, que ainda é funcionário da CBF e teve uma liberação concedida por Marco polo del Nero para trabalhar no São Paulo até o fim da temporada, todas essas são medidas acertadas pela Conmebol, mas não podem ser usadas como argumento no Brasil para que se acabe de vez com os campeonatos Estaduais.

“O São Paulo teve esse problema esse ano. Os clubes montariam os planejamentos já pensando na temporada toda, em manter o time não só para os primeiros seis meses”, afirmou, lembrando que o Tricolor perdeu Jonathan Calleri, Alan Kardec e Paulo Henrique Ganso assim que o time deu adeus à Libertadores de 2016.

“O calendário é ótimo. Não podemos deixar os regionais. O futebol é feito com a ajuda de times pequenos. Eu brinco sempre dizendo que é o mangue e o oceano. Tem gente que quer acabar com os regionais, mas essas pessoas mal sabem isso acabaria com o futebol. Time grande não revela jogador. Quem revela é o time pequeno. Time grande aprimora esse valor”, esbravejou, deixando clara sua posição.

“Isso mexeria com a alto-estima de alguns clubes. Todo mundo tem de ter momentos de glórias. Por isso tem que ter regional. Você imagina, por exemplo o Botafogo-PA ou tantos outros clubes, com todo respeito ao Botafogo-PA, que precisam desses regionais para construírem suas histórias, terem suas glórias e se fortalecerem para, que sabe, almejar conquistas maiores”, ilustrou o dirigente.

Outro ponto de discussão é uma eventual intenção da Conmebol em adequar o calendário sul-Americano ao calendário europeu em um futuro breve. Sem nem titubear, Marco Aurélio Cunha se colocou contra a possibilidade e apontou os transtornos que o futebol do país sofreria com tal adaptação, mesmo que argentinos, mexicanos e tantas outras federações sul-americanas já tenham espelhados seus campeonatos às competições no Velho Continente.

“Não vai fazer nunca. Sou totalmente contra. Existe uma questão da sociedade, do clima… Quero ver o clube encontrar hotel para hospedar 30, 40 pessoas em véspera de Natal para ficar apenas um ou dois dias. Em uma país como o nosso, essa logística é praticamente impossível. Tem férias escolares. O Brasil é um país que cultiva o Natal. Não vejo a menor possibilidade”, garantiu, excluindo até mesmo a questão dos clubes brasileiros perderem jogadores no meio da temporada como desculpa para a mudança.

“Os outros mercados compram muito mais. Nós vamos mudar por causa de dois ou três atletas que a Europa acaba levando? E o calendário chinês, árabe? Agora tem os Estamos Unidos. São mercados que tem aparecido com muito mais força no Brasil e cada um tem seu calendário”, comentou o homem forte do futebol do São Paulo.

“Há a necessidade (de vender atletas). Não é obrigatório. Eu tento fazer o melhor para a minha equipe. Claro que quando o jogador quer sair, não deseja permanecer, você acaba negociando, mas ninguém é obrigado a ficar vendendo jogador”, concluiu Marco Aurélio Cunha, à Gazeta Esportiva.

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