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Interesse no skate em Brasília aumenta após sucessos do Brasil nas olimpíadas

O skate fez sua estreia em Olimpíadas nos jogos de Tóquio 2020 e logo de cara trouxe diversos motivos de alegria para os brasileiros

Agência UniCeub

27/08/2021 19h45

Ana Carolina Pessoa e Vinícius Pinelli

Ana Carolina Pessoa e Vinícius Pinelli
Agência UniCeub

O skate fez sua estreia em Olimpíadas nos jogos de Tóquio 2020 e logo de cara trouxe diversos motivos de alegria para os brasileiros. Foram ao todo três medalhas de prata, obtidas por Kelvin Hoefler e Rayssa Leal na categoria street, e Pedro Barros na categoria park. Além das conquistas, o esporte estreante recebeu muita atenção nas redes sociais devido ao clima descontraído entre os atletas, não muito comum em outras modalidades. Toda essa exposição significa também um aumento na procura pela prática do skate, seja para voltar ao esporte ou para iniciá-lo.

Para quem procura por aulas em Brasília, o professor Gabriel Matta, de 24 anos, conta um pouco sobre como suas aulas funcionam.

“Nas minhas aulas existe um mapa e não um roteiro. Eu as baseio em temas. Depende muito do nível técnico do aluno e da quantidade de vezes em que as aulas ocorrem por semana”, disse.

Matta dá aulas a domicílio e em pistas próximas a onde moram os alunos. Se não houver, utiliza obstáculos da própria vizinhança do aluno para ensinar a prática do skate.

O professor também notou o aumento da procura por aulas, e que isso é um sinal positivo para a integração social do esporte. Afinal, hoje em dia ainda não é muito comum o funcionamento de aulas de skate comparado aos demais esportes. Além disso, Matta contou que por volta de seus 11 anos pôde fazer aulas, porém escondido de seus pais devido ao preconceito social.

Apesar de toda a marginalização, o skatista brasiliense Ruan Silva, de 19 anos, relata como o skate impactou sua vida. Segundo ele, foi um ótimo elemento para mudar sua forma de enxergar o mundo, pois se trata de um esporte que integra a todos e, consequentemente, ajuda na socialização.

“O que mais me motivava era a diversão, eu sempre gostei de adrenalina e fiquei muito empolgado quando ganhei meu primeiro skate, porque era algo que envolvia superação e além disso me trouxe muitas amizades”, comentou.

Ao contrário de Matta, Ruan aprendeu a andar de skate sem participar de aulas. Para quem quer fazer o mesmo, a recomendação dos dois profissionais é acessar o vasto conteúdo disponível na internet, como vídeos e tutoriais no geral, jamais deixando de ter cuidado, respeitar os limites, e, principalmente, persistir. No blog do treinador constam diversas dicas para quem está iniciando no esporte.

Foto: Takeover Skateshop/Divulgação

O aumento do interesse pode ser visto também no comércio. Lojas especializadas apontam que a procura por peças, restaurações e pelos próprios skates aumentou durante o período das Olimpíadas. É o que diz Marcelo Nogueira (36), dono da Takeover Skateshop. Ele afirma que o crescimento das vendas aumentou em aproximadamente 40%, e que a maior parte dos compradores eram meninas querendo iniciar a prática do skate.

Marcelo comenta que skatistas iniciantes devem procurar por skates montados, ao invés de procurar peça por peça, pois o custo dos materiais costuma ser alto. Apesar disso, é importante procurar os produtos em skateshops especializadas: “Os produtos de marcas voltadas para o mundo do skate são bem diferentes de skates de mercado ou lojas de esportes, que não tem boa qualidade. Às vezes a manutenção de um skate desses é mais cara que um montado em loja especializada, então o barato acaba saindo caro”.

Foto: Takeover Skateshop/Divulgação

A partir dos skates pré-montados que os skatistas devem procurar peças separadas e então personalizar da forma que preferirem, desde mudar o conjunto de rodinhas até trocar o formato da prancha. Ainda assim, Marcelo recomenda o formato street para iniciar, assim como locais asfaltados e planos para iniciar a prática. O número de pessoas querendo voltar a andar de skate também aumentou: as restaurações cresceram em pelo menos 20%, com valores dependendo do serviço necessário.

Mesmo com toda atenção que o skate recebeu nas olimpíadas, Marcelo acredita que a percepção popular não mudará muito. “O Brasil gosta muito de adotar esportes que estão no topo. Já que ganhou medalha, vai estar em alta durante um tempo, até dar uma abaixada. Se algo mudar, será a percepção dos governantes, que já dão resultados quando botam pra frente a construção de skateparks”. Marcelo também diz que mesmo se não houverem investimentos ou o preconceito não diminuir, isso não abala os apaixonados pelo skate.

De acordo com a Secretaria de esportes e lazer do Distrito Federal, dois skateparks com padrões olímpicos serão construídos tanto no Parque da Cidade Dona Sarah Kubitscheck, quanto no Taguaparque. As estruturas devem contemplar três modalidades do skate: street, park, e downhill. O Projeto do Parque da Cidade está em fase de desenvolvimento em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, enquanto o do Taguaparque ainda será lançado.

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