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Torcida

Inclusão social pelo esporte

Projeto tem como objetivo, além de ministrar aula de capoeira, estimular prática desportiva e a socialização

Lindauro Gomes

25/07/2019 6h20

Mestre Kalunga, aplica seus conhecimentos na casa Ampare, na Vila Planalto. Vila Planalto. Foto: Vitor Mendonca/Jornal de Brasilia

Pedro Marra
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Em 5 de novembro de 2017, Henrique da Silva Neto iniciou o Projeto Kalungada, na Vila Planalto, com o objetivo de usar a capoeira como estímulo ao esporte para crianças e Portadores de Necessidade Especiais (PNE). Desde então, ele dá aulas gratuitas na Creche Pioneira para crianças de seis meses a quatro anos, e também para pessoas com deficiências físicas e mentais na Associação de Mães, Pais e amigos reabilitadores de Excepcionais (Ampare) da cidade.

Mestrando no esporte e agente cultural, Henrique tem 29 anos de carreira na capoeira e conta o motivo para ter criado o projeto.

“A capoeira era um esporte que eu gostava muito, mas não via muito acesso à modalidade para esse público que ajudo. Por isso, decidi abrir o Projeto Kalungada”.

O mestrando em capoeira conquistou a corda marrom em 2003; já participou de workshop em Caracas, na Venezuela, em 2012; ganhou a corda marrom e vermelha destaque nos Jogos Nacionais em 2013 e participou dos 1º Jogos Abertos de Capoeira em 2016. “Desenvolvemos a capacidade motora dos alunos com a musicalidade, o que traz uma paz para eles. E na Ampare, onde contribuímos há um ano, arcamos com custos próprios”, argumenta Henrique da Silva.

O braço direito de Henrique no Projeto Kalungada é a esposa Alexandra Cristiane Cachoeira, contadora de 35 anos, que cuida da parte administrativa do projeto. “A nossa preocupação é ajudar no desenvolvimento dos alunos, que têm idade mental de crianças de 6 a 10 anos. As crianças não tinham muito convívio social e, com o projeto, vimos uma evolução das crianças”, afirma.

Exemplo de sucesso

Mestre Kalunga, aplica seus conhecimentos na casa Ampare, na Vila Planalto. Vila Planalto. Foto: Vitor Mendonca/Jornal de Brasilia

Ela cita o exemplo de um aluno da Ampare que mudou o comportamento após a capoeira. “Tem um menino, o Renato, que era muito agressivo e começou a ter contato com a dança da capoeira. Eles querem tocar os instrumentos e participar das atividades. Já na creche, são crianças que têm estrutura familiar um pouco destruída. A gente quer que eles saiam da creche e consigam dar continuidade à disciplina e musicalidade que o projeto propõe”, conta.

Meta é formar cidadãos

A Creche Pioneira da Vila Planalto é outro ponto de ação social onde o Projeto Kalungada atua. O mestrando Kalunga, nome de guerra de Henrique no Grupo Gingado Capoeira, dá aulas gratuitas para as crianças da unidade.

“Nossa maior finalidade hoje é pegar essas crianças e ocupar esse tempo com a música, capoeira e a dança. Queremos ocupá-las num período de ociosidade, quando ela estuda de manhã e não tem atividade à tarde. A gente que dar uma boa referência para elas”, conclui.

Há seis anos como assistente social da Ampare, Ana Carolina Renaut, 29 anos, comenta o diferencial da parceria com o Projeto Kalungada. “Trabalhar com criança é uma coisa, adolescente é outra coisa e adulto é outra diferente. E o Projeto do Kalunga agrega todos os que estão aqui independente da sua debilidade. A gente vê um comprometimento com a atividade e uma participação. Todos eles, em algum grau, estão participando”.

Saiba Mais

Além do esforço como voluntário nas aulas de capoeira, Henrique também é intérprete no Grêmio Recreativo Carnavalesco União da Vila Planalto e Lago Sul. Ele pretende disputar os 2º Jogos Abertos de Capoeira aqui em Brasília entre os dias 15 e 18 de agosto no Motonáutica Clube.

Desempregado, ele precisa de apoio financeiro para cobrir os custos com preparação física, alimentação adequada.

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