O paulista de Araraquara, Lauro Chaman, 38 anos, conquistou neste domingo (31) o tricampeonato mundial de paraciclismo na classe C5 (atletas que utilizam bicicletas convencionais), na Bélgica. Ele foi o único representante brasileiro na categoria e falou com exclusividade para o Jornal de Brasília poucas horas depois do pódio.
Apesar da forte concorrência (algumas seleções como a França tinham três atletas) e de uma prova desgastante de 92,4km com disputa acirrada até os metros finais, Lauro assumiu a ponta na última curva e conquistou a primeira colocação com tempo de 2h11min29, pouco à frente do ucraniano Yehor Dementyev e do francês Eliott Pierre , que encerraram a prova com o mesmo tempo no cronômetro e ficaram com a prata e o bronze, respectivamente..
A competição foi marcada por várias fugas, mas uma fuga envolvendo ciclistas da Alemanha, Áustria e França, ameaçava o pelotão quando o brasileiro atacou e alcançou o grupo decisivo a 12 km da chegada e teve tempo de se recuperar e vencer o sprint.
“Foi uma prova muito estratégica e demandou muita concentração. Eu sabia que precisava ficar sempre na frente por causa da subida forte do circuito que selecionava muito os atletas e focar nos meus principais adversários que eram os franceses, holandeses e, claro o ucraniano que tem a minha idade e que defendia o título mundial. Mas deu tudo certo, felizmente, e consegui garantir o terceiro título mundial de estrada para o Brasil”, conta.
Segundo o coordenador técnico da seleção paralímpica brasileira, o italiano Rômulo Lazzaretti, a vitória foi resultado de estratégia e frieza. “Lauro não se deixou levar pela emoção e atacou na hora certa, trazendo a decisão para o sprint, que é uma das suas especialidades”, avaliou.
Chaman, que já foi campeão mundial de pista em 2018 e vice em 2024, mira agora o Mundial de Pista, em outubro, no Rio de Janeiro. Inspirado em Ayrton Senna, ele afirma que a fé em Deus e o apoio dos brasileiros são motores de sua carreira.
“É preciso acreditar em nossos sonhos. Nunca imaginei viver da bicicleta, mas felizmente há 25 anos ganho a vida com o ciclismo e sigo acreditando que sempre é possível melhorar”, concluiu o atleta, que defende a equipe Soul Cycling, de Santos.
