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Djokovic vence julgamento para permanecer na Austrália mesmo sem vacina

Antes da decisão, o governo australiano prometia manter o atleta detido em um hotel de quarentena localizado na cidade de Melbourne

Redação Jornal de Brasília

10/01/2022 6h25

O tenista sérvio Novak Djokovic, 34, obteve uma vitória judicial nesta segunda-feira (10) em sua tentativa de permanecer na Austrália mesmo sem apresentar comprovante de vacinação contra a Covid-19.

O juiz Anthony Kelly, da Corte australiana, encerrou o caso depois que o governo retirou a decisão de revogar o visto de entrada do tenista. Ele determinou a libertação imediata do atleta.

No entanto, um advogado advertiu que o governo australiano ainda pode ordenar a expulsão de Djokovic da Austrália.

Diante de uma possível derrota para o governo australiano, o advogado Christopher Tran informou ao juiz que o ministro da Imigração, Alex Hawke, poderia intervir com poderes executivos.

“Fui informado que (o ministro) vai pensar se vai exercer o poder pessoal de rescisão”, afirmou o advogado.

O atleta tenta ficar no país para poder jogar o Australian Open, que começa no dia 17.

A audiência teve início às 20h40 de domingo (horário de Brasília; manhã de segunda-feira na Austrália) e foi presidida pelo juiz federal Anthony Kelly. A sessão foi feita de forma remota e começou com atraso de 40 minutos porque o sistema de internet caiu devido ao grande número de pessoas que entraram para acompanhar o processo.

Antes da decisão, o governo australiano prometia manter o atleta detido em um hotel de quarentena localizado na cidade australiana de Melbourne. O sérvio foi barrado de entrar no país e ficou alojado no local desde a manhã de quinta-feira (6). Somente pessoas autorizadas podiam entrar ou sair da instalação.

Mais cedo, o governo australiano havia indicado que o recurso interposto pelo atleta seria rejeitado. Procuradores escreveram em um documento de 13 páginas que é uma questão de entendimento mútuo entre as partes que Djokovic “não está vacinado”. O comprovante de imunização é requisito sanitário de acesso ao país.

O tenista, conhecido por ser cético em relação às vacinas, nunca revelou sua situação de vacinação contra a Covid-19.

Neste domingo, manifestantes antivacina e fãs de Djokovic se reuniram em frente ao hotel em que o tenista está detido para expressar apoio ao atleta. O local também já foi palco de protestos contra a presença do sérvio no país.

Em Belgrado, a capital da Sérvia, a mãe do atleta, Dijana Djokovic, protestou contra a detenção e disse que seu filho está em “condições desumanas”. “Eles o detiveram e nem lhe deram café da manhã”, afirmou.

Antes, a premiê da Sérvia, Ana Brnabi?, disse que o país apoiaria o tenista e que teve “conversas construtivas” com a chanceler australiana, Marise Payne.

“Conseguimos fazer com que ele recebesse alimentos sem glúten, equipamentos de ginástica e um computador”, afirmou Brnabi? a um canal de televisão sérvio.

Tenista número um do mundo, Djokovic é o atual campeão do Australian Open e almeja o seu 21º título de Grand Slam para se isolar como o maior vencedor —atualmente, ele está empatado com Rafael Nadal e Roger Federer.

No sábado (8), advogados do tenista apresentaram um documento em um tribunal afirmando que o atleta obteve uma isenção para não se vacinar contra a Covid-19 por ter recebido resultado positivo para o vírus em um teste em dezembro.

Eles apontaram que o teste de PCR de Djokovic deu positivo no dia 16 do mês passado, o que atenderia aos critérios para isentá-lo da vacina contra a Covid-19. Apesar do contágio, Djokovic compareceu nesse mesmo dia e no dia seguinte a dois eventos públicos em Belgrado sem máscara.

Segundo os advogados do tenista, a Tennis Australia (a Federação Australiana, organizadora do Australian Open) concedeu a ele a isenção de participar do torneio depois que sua inscrição foi aprovada por dois comitês médicos independentes.

O governo australiano, entretanto, alega que Djokovic nunca teve acesso garantido à Austrália sem a vacinação para a Covid. A entrada de estrangeiros ao país está proibida, com poucas exceções. Os viajantes que conseguirem um visto devem ter um esquema de vacinação completo contra a Covid-19 ou uma licença médica.

O governo australiano chegou a tentar adiar a audiência deste domingo, mas o pedido foi negado pela Justiça, já que a ação faria com que o julgamento ocorresse após a data limite para a confirmação da participação do atleta no Australian Open.

Outra tenista que pretendia disputar a competição, a tcheca Renata Voracova também foi barrada ao tentar entrar na Austrália e teve seu visto cancelado. Assim como Djokovic, ela não apresentou comprovante de vacinação.

A Austrália apertou as restrições na tentativa de conter uma onda de infecções relacionadas à variante ômicron. Somente no estado de Vitória, onde fica Melbourne, 44.155 novos casos foram registrados neste domingo.

AFP

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