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Contra Liverpool, Flamengo desafia a hegemonia europeia no Mundial

Desde a campanha vitoriosa do Corinthians contra o Chelsea, em 2012, os times sul-americanos ficam pelo caminho na competição

Redação Jornal de Brasília

21/12/2019 10h51

O Flamengo desafia neste sábado a hegemonia europeia na decisão do Mundial de Clubes, contra o Liverpool, às 14h30 (de Brasília), no Catar. Desde a campanha vitoriosa do Corinthians contra o Chelsea, em 2012, os times sul-americanos ficam pelo caminho na competição. River Plate (duas vezes), San Lorenzo e Grêmio não tiveram sorte tampouco competência ao decidir com o campeão da Europa. Alguns sequer conseguiram chegar à final.

Mas o Flamengo comandado pelo português Jorge Jesus mostra números que fazem o torcedor levar fé. O time que tenta o bi da competição (ganhou em 1981) empolga porque tem um ataque que já marcou 144 gols, ganhou o Brasileirão e a Copa Libertadores, algo raro no Brasil na mesma temporada (só o Santos fez isso, na década de 60, tem o primeiro (Gabriel) e o segundo (Bruno Henrique) artilheiro do Nacional.

Além disso, possui em suas fileiras atletas acostumados a enfrentar europeus, como Rafinha e Filipe Luís, venceu 12 jogos no ano por placares de três ou mais gols e ganhou na Libertadores a pecha de não desistir nunca da luta – os dois gols da virada diante do River, na decisão do título, foram marcados nos minutos finais do segundo tempo.

Jesus admitiu ser a partida a mais importante de sua carreira. Sabe que será fogo contra fogo dentro de campo, embora reconheça que o Liverpool e os clubes europeus têm sempre os melhores jogadores do mundo. “Não temos os melhores, mas temos bons jogadores também”, disse o treinador, que ainda não admitiu sua permanência no clube do Rio em 2020.

Ocorre que o Liverpool também está em alta: após ganhar a Liga dos Campeões da Europa, o time de Jürgen Klopp está invicto no Campeonato Inglês com 16 vitórias e um empate. No total, são 34 jogos de invencibilidade na competição, contando jogos da temporada passada. Portanto, sobra na Inglaterra como o Flamengo sobrou no Brasil. “Cada treinador tem a sua ideia de jogo. O que o Flamengo tem passado ao longo desses seis meses é uma ideia de olhar sempre para o gol, sempre para frente, para o espetáculo.. Nós, europeus, somos formados não só para ganhar, mas para dar espetáculo”, disse Jesus.

Os dois treinadores gostam que seus times ataquem, mas cada um com seu estilo. Sob o comando do português, o Flamengo passou a ter movimentação constante em seu sistema ofensivo e não para de agredir o adversário até o apito final.

No Liverpool, o alemão Klopp faz sua equipe jogar de forma vertical, sem trocas de passes. É correria pura, jogo pelas pontas e muita qualidade do trio formado por Salah, Firmino e Mané. “Sei o que esperar do Flamengo. É um estilo muito organizado. Jorge Jesus mudou a sorte e muitas outras coisas quando chegou lá. É um time bem estabelecido, todos do Liverpool sabem o que precisam fazer na partida”, comentou Klopp.

O discurso dos técnicos gera a expectativa de um duelo cheio de oportunidades, algo que não aconteceu nas recentes finais entre sul-americanos e europeus. A cartilha dos sul-americanos no Mundial da Fifa sempre foi a de um sistema defensivo sólido, grande atuação dos goleiros e vitória magra por 1 a 0, como ocorreu com o Corinthians diante do Chelsea.

Everton Ribeiro, capitão do Flamengo, sabe que o Flamengo precisa encaixar mais uma boa atuação na temporada e que o Liverpool é diferente de todos que o time enfrentou no ano. “Temos de jogar muito bem para sairmos campeões. A gente aprendeu que não pode desistir, sabemos do que somos capazes, do futebol que podemos apresentar. E que temos de jogar da nossa maneira.”

O goleiro Alisson, do Liverpool e da seleção, espera trabalhar muito no jogo. “Temos de fazer melhor do que fizemos na estreia para ganhar do Flamengo. Há do outro lado jogadores experientes e acostumados aos grandes jogos.”

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