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Torcida

Com surpresas e muita emoção, abertura dos Jogos Olímpicos ocorre em alto nível

Arquivo Geral

06/08/2016 0h38

Josemar Gonçalves

Roberto Wagner
Enviado especial

Quatro intensas horas. Foi essa a duração da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Esse tempo, porém, foi apenas o oficial. Isso porque a festa não se resumiu às programações. Antes, durante e depois, as pessoas de várias partes do mundo tiraram o dia para se divertir.

A mensagem de boas-vindas ao público no telão do Maracanã incentivou: “Todo mundo vai dançar”, apareceu, antes da contagem regressiva. Mas já nem precisava.

Já contagiado com a alma festeira do brasileiro, o estádio participou ativamente da cerimônia.

Proporcional à animação da torcida, o evento ocorreu em alto nível. O teatro gigante passeou pela história do Brasil, desde o descobrimento, passando pelos escravos, até chegar à festa. Tudo isso num show de luzes e tecnologia 3D, que deram um charme à parte.

Antes das 207 delegações se apresentarem ao público, o cantor Jorge Ben Jor se destacou entre os músicos e ao som de “País Tropical” levou as pessoas ao delírio.

Passado o momento da dança, foi a vez de passar mensagem ao mundo, pedindo mais cuidado para os efeitos irreversíveis das ações da sociedade humana.

Nesse sentido, pela primeira vez os atletas participaram de uma ação. Eles foram convidados a semear uma árvore nativa do Brasil. As 11 mil sementes formarão a Floresta dos Atletas no Parque Radical de Deodoro. Essa ação também bastante aplaudida pelo público.

Após quase duas horas de desfile, o ritmo voltou a ser de festa. Os aros olímpicos surpreenderam o público ao surgirem de uma “explosão” dos espelhos. Eles foram formados pelas próprias sementes que estavam dentro dos espelhos.

Tudo terminou como o carioca e o brasileiro mais gostam: em samba, puxado pelas 12 escolas do grupo especial.

Gilberto Gil, Caetano Veloso e Anitta puxaram o samba.

Pira

A pira olímpica no Brasil também quebrou protocolos. Empenhado em deixar uma mensagem sustentável ao mundo, a Rio 2016 reduziu o tamanho da pira. Ela foi feita intencionalmente pequena para emitir pouco gases poluentes.

Para que a chama não ficasse como coadjuvante, os organizadores colocaram uma escultura enorme do artista plástico Anthony Howe que representa o sol.

Aplausos para os protagonistas

Puxadas pela Grécia, país mentor dos Jogos Olímpicos, as delegações foram saudadas calorosamente pela torcida.

Pela primeira vez sediada em um país sul-americano, a abertura da Olimpíada teve uma característica particular. Ao contrário do que ocorreu em edições anteriores, desta vez foram os países sul-americano os mais comemorados. Desde a Argentina até o Uruguai, foram eles os mais festejados.

As exceções foram Estados Unidos e o time de refugiados, que ganharam carinho especial dos presentes.

O ponto alto, claro, foi a entrada da delegação do Brasil. Antes mesmo de os atletas entrarem, o público já gritava “Brasil, Brasil, Brasil”.

Quando Yane Marques apareceu com a bandeira, a festa foi completa. Um belo desfile, com muita alegria por parte dos atletas.

Vaias a Temer

Antes da fala do presidente em exercício do Brasil, Michel Temer, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, fez um discurso acalorado, bastante aplaudido pela torcida. Lembrou dos sete anos de trabalho desde que o Rio foi escolhido sede dos Jogos, falou na força do povo é só ouviu um pouco de vaia ao falar em legado.

A bronca maior do estádio, porém, foi reservada a Michel Temer. Programado para falar apenas 40 segundos, ele praticamente não foi ouvido, já que as vaias sobressaíram. O presidente nem sequer foi anunciado, justamente para evitar manifestações maiores.

Presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, também foi muito aplaudido e disse que o COI sempre acreditou na capacidade de organização do Brasil. Bach lembrou também dos refugiados e os parabenizou pela “União da Diversidade”.
Quase perfeita

A cerimônia de abertura ocorreu da melhor forma possível: quase sem erros ou imperceptíveis. A primeira falha notável ocorreu quando a delegação de Burkina Faso entrou no estádio. A bicicleta que abre alas para a delegação quebrou e a modelo teve de seguir a pé com a placa de identificação na mão. O empecilho, no entanto, não atrapalhou. Os atletas entraram sorrindo e foram saudados pelos torcedores.

A outra pequena falha o ocorreu na formação dos aros olímpicos. Um dos espelhos ficou um pouco para o lado e por pouco não prejudicou o posicionamento final. Fora isso, tudo ocorreu sem maiores problemas.

Pira

Obrigado a recusar o convite para acender a pira olímpica por problemas de saúde, o Rei do Futebol Pelé deixou o caminho livre para outro homenageado.

A surpresa foi desfeita ao Vanderlei Cordeiro se Lima ser anunciado e ovacionado pelo público.

O maratonista é o único atleta sul-americano detentor da medalha Pierre de Coubertain, honraria dada a quem se destaca por cumprir bem o espírito olímpico.

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