Menu
Torcida

Clubes se beneficiam com disputa de TVs e receberão R$ 1,2 bi pelo Brasileirão

Lindauro Gomes

27/04/2019 7h37

A distribuição do dinheiro para os clubes no Campeonato Brasileiro mudou nesta temporada por causa da entrada da Turner na concorrência pela transmissão dos jogos na TV fechada.

As emissoras pagarão um total de R$ 1,26 bilhão pela competição. A Globo distribuirá cerca de R$ 1,1 bilhão (R$ 500 milhões na TV fechada), que será repartido em três vezes: 40% pagos no começo do torneio e divididos igualmente entre os 13 clubes que assinaram com ela; 30% por exibição das partidas e 30% por performance nas 38 rodadas.

A Turner distribuirá cerca de R$ 160 milhões (somente na TV fechada) de modo semelhante, mas com porcentagens diferentes. São 50% para os sete times que fecharam com ela igualitariamente; 25% por exibição nos canais e 25% por colocação.

A Turner entrou para a briga com uma proposta inicial maior em relação ao que havia sido pago pela emissora rival no ano anterior na TV fechada. Para não perder o domínio das transmissões, a Globo mudou sua estratégia, que até então privilegiava Flamengo e Corinthians com receitas maiores. A emissora também tirou uma fatia do dinheiro previsto para pagamento da TV aberta e aumentou o valor na TV fechada.

O Estado entrou em contato com a Globo no início da semana, mas até a publicação desta matéria não teve retorno sobre o novo formato. A Turner respondeu sem dar detalhes das cláusulas gerais e informou apenas que tem os direitos de transmissão de 42 jogos da Brasileirão.

FLUXO DE CAIXA – O Campeonato Brasileiro possibilitou aos clubes ter três tipos de contrato com as emissoras. Dos 20 que estão na disputa, 19 fecharam com a Globo para a transmissão das partidas na TV aberta – só o Palmeiras não assinou ainda. O time de Felipão e o Athletico-PR são os únicos que não fecharam para os canais pay-per-view, que também é da Globo.

Na TV fechada, só haverá transmissão de 52% dos jogos da disputa porque a cobertura contempla partidas entre adversários que estejam no mesmo contrato. Na atual edição, 13 times fecharam com a Globo e sete com a Turner – são eles Bahia, Ceará, Fortaleza, Inter, Santos, Athletico-PR e Palmeiras.

O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan, gostou da mudança, mas alertou que os clubes tiveram de alterar o fluxo de caixa. No contrato anterior, eles recebiam o montante da TV com valor fixo e dividido em 12 parcelas, ou seja, desde janeiro. Agora, o primeiro pagamento só cairá na conta em maio.

“Acho a mudança positiva. É um avanço o fato de os clubes poderem negociar. Mas também tem de ser visto com precaução. Há clubes que poderão ganhar mais do que no ano passado, mas também pode acontecer o contrário”, diz o gremista.

O presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá, não gostou da nova forma de distribuição. “Os clubes do Brasil, de certa forma, foram penalizados. A distribuição igualitária ocorria nos primeiros meses do ano, com a maior fatia da premiação sendo distribuída no fim do torneio. Então, o que vemos é que a grande maioria terá uma dificuldade maior com o fluxo de caixa nos primeiros meses do ano”, diz.

Campeão da Série B, o Fortaleza é um dos clubes com os jogos transmitidos pela Turner. Seu presidente, Marcelo Paz, lamentou ter fechado o acordo muito cedo. “Nosso contrato é o pior entre os sete da Turner. Não posso dar detalhes, mas na divisão final vamos levar a pior”, disse. A diferença é que os rivais teriam barganhado valores maiores de luvas.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado