Quem quer conhecer um pouco sobre o momento em que o rock sofreu sua ruptura criativa nos anos 70 e mostrou uma cara ainda mais suja, por meio do movimento punk inglês, não pode perder O Lixo e a Fúria (2000), de Julien Temple, produzido com a ambição de ser o documentário definitivo sobre os Sex Pistols. O filme, que será exibido às 13h30 de hoje, no canal GNT da Net, é o melhor retrato da banda que reinventou o quatro por quatro de Elvis Presley e Chuck Berry. Temple esteve presente na radical transformação da música e da cultura britânicas em meados dos anos 70, quando Johnny Rotten e companhia provocaram sua revolução. A história do começo, meio e fim da mais impactante banda do movimento punk surge neste documentário. Classic Albums, Nevermind the Bollocks, que reabre o disco que legitimou os Pistols como grupo de rock e sedimentou seu lugar na história do gênero. A idéia do programa, que o canal GNT exibe hoje à tarde é reconstituir o processo de gravação de alguns dos álbuns mais essenciais, o que inclui entrevistas com produtores, engenheiros de som etc. Mas o documentário, perde quando ocupa seu tempo relatando as origens e infâmias do grupo. Os depoimentos dos produtores Chris Thomas e Bill Price relembram, sim, que Sid Vicious não tinha a mínima condição de tocar baixo no disco, mas revelam os improvisos sonoros que o guitarrista Steve Jones realizou em seu instrumento – como tocar uma oitava abaixo – e que conseguiram aumentar o ataque sonoro de Nevermind…. Detalhes sobre o processo de composição dentro dos Pistols também demonstram que, embora o ódio mútuo fosse reinante entre seus integrantes, a química interna era perfeita para produzir a banda mais raivosa de seu tempo.