A mostra competitiva de curtas-metragens na categoria de 35 milímetros apresenta nesta quinta-feira, na tela do Cine Brasília, o primeiro concorrente do Distrito Federal, dos quatro filmes locais selecionados.
O peso da responsabilidade cai sobre as costas de André Carvalheira, com o seu Dia de Folga. "É minha primeira vez na competitiva, mas tenho um curta em 35mm (Toda Brisa, vencedor do Troféu Câmara Legislativa do ano passado) que me deu muita coragem para tentar novos projetos", avisa.
Dia de Folga, descrito pelo cineasta como um trabalho entre o real e o surreal, é estrelado pelo ator Cláudio Jaborandy – melhor ator de curtas em 35mm no ano passado por Rapsódia para um Homem Comum –, responsável por toda a carga dramática do filme. "É muito centrado no ator, porque tem um trabalho corporal muito forte", adianta.
A trama atravessa – como entrega o título – um único dia de folga de um trabalhador braçal. "É o estereótipo daquele cara que mora na periferia, num local onde não há muita opção de diversão. Ele simplesmente vai ao bar beber e jogar sinuca. Inspirado nesta cultura, trabalho o aspecto real, do boteco; e o surreal, dos pensamentos daquele trabalhador", detalha Carvalheira.
O segundo curta da noite, Noite de Marionetes, vem da Bahia, com assinatura do diretor Haroldo Borges. O filme enfoca o encontro de uma prostituta e o palhaço de um velho circo de periferia. Ela está à espera de um casamento que lhe permita sair das ruas, enquanto ele está à procura de sua inspiração. É uma história sobre buscas, sonhos, gente que está o tempo inteiro tentando modificar seus destinos, embora às vezes ele escape de suas mãos.
