O diretor americano Oliver Stone chamou hoje em Bangcoc de “conto de fadas nacional” a versão oficial do assassinato do presidente John F. Kennedy em 1963 e disse que Lee Harvey Oswald, o suposto assassino, foi um bode expiatório.
Stone, vencedor de três Oscar, fez essas declarações durante a conferência que pronunciou em um centro educacional perante 300 alunos sobre a arte do cinema e a paz, em uma série de discursos promovidos pela ONG International Peace Foundation.
“Muitos americanos influentes encontram-se em estado de negação total com essa história. Não querem nem ouvir falar da possibilidade de que (Kennedy) foi assassinado por outra pessoa que não Lee Harvey Oswald”, disse o diretor.
Em seu filme JFK, de 1991, Stone sugere que uma obscura conspiração dentro da CIA tramou o assassinato do presidente democrata e católico da poderosa família dos Kennedy durante um desfile na cidade de Dallas, em 1963.
A Polícia deteve Lee Harvey Oswald como suposto autor do magnicídio, mas o suspeito foi assassinado antes que pudesse ser julgado. Já o suposto “cérebro” da trama da CIA, Clay Shaw, foi absolvido por um tribunal.
“Era uma história impressionante e por isso fiz o filme. Pensei que seria respeitado por isso, mas fui muito criticado na imprensa governista. Me chamaram de mitômano e propagandista”, lamentou o cineasta premiado na academia de cinema americana como “O expresso da meia-noite” (como roteirista), “Platoon” e “Nascido em 4 de julho”.
Stone também se destacou por sua amizade com o ex-líder cubano Fidel Castro e com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, autoproclamados inimigos número um do “imperialismo” dos Estados Unidos.
Em setembro passado, apresentou no Festival de Veneza o documentário South of de Border, no qual elogia a figura de Chávez e critica a política externa americana e do Fundo Monetário Internacional (FMI).