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Filme lota até salas decadentes

Arquivo Geral

16/04/2003 0h00

No Cine Ipiranga, situado numa área decadente do centro de São Paulo, Carandiru foi visto por 8.596 pessoas em três dias. O gerente, tão desabituado que estava em receber público desse tamanho, teve de pedir segurança extra para organizar a fila no sábado. No Rio de Janeiro, os populares Palácio 1 (3.451 pessoas) e Icaraí (3.425) atraíram a maior fatia de público, e não os multiplex da Barra (que mesmo assim tiveram público excepcional). Ou seja, o que explica mesmo o fenômeno de Carandiru e de todos os filmes que atraem mais de 2 milhões de espectadores é atrair o público que normalmente não vai ao cinema.

No Rio de Janeiro, a podóloga Lucena Zanini Lopes é um exemplo do público que andava distante do cinema e acabou sendo atraído pelo filme de Hector Babenco. Mesmo trabalhando entre o Estação Botafogo e o Espaço Unibanco (duas salas de projeção cariocas), há 13 anos não via um filme na tela grande. Desta vez, ela foi ao Estação Botafogo no dia seguinte à estréia, arrastada por comentários de amigos e propagandas na televisão. Gostou do passeio, mas não do filme. “Fui atraída porque era um filme brasileiro e uma história real, que todo mundo falava. O trailer na TV me atraiu”, diz Lucena. “Mas não gostei. Não foi a violência que me incomodou, e sim a forma monótona que a história é apresentada, sem suspense.” Se tal público vai ou não gostar do filme de Babenco, é um outro assunto. Atraído ele foi. E o maior trunfo comercial do filme, como de resto de oito dos dez filmes brasileiros mais vistos dos últimos dez anos, é a parceria com a produtora Globo Filmes, que dá acesso à poderosa mídia da Rede Globo, além da promoção em programas da emissora. “A parceria com a TV é o grande caminho para termos uma indústria de cinema”, diz Rodrigo Saturnino Braga, diretor da Columbia, distribuidora do filme. Outra característica do sucesso instantâneo de Carandiru é o seu caráter nacional. “O que me impressiona muito é que o filme está indo bem em todas as regiões do país, não só no eixo Rio/São Paulo”, observa Fabiano Gulane, um dos produtores do longa.

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    No Rio de Janeiro, a podóloga Lucena Zanini Lopes é um exemplo do público que andava distante do cinema e acabou sendo atraído pelo filme de Hector Babenco. Mesmo trabalhando entre o Estação Botafogo e o Espaço Unibanco (duas salas de projeção cariocas), há 13 anos não via um filme na tela grande. Desta vez, ela foi ao Estação Botafogo no dia seguinte à estréia, arrastada por comentários de amigos e propagandas na televisão. Gostou do passeio, mas não do filme. “Fui atraída porque era um filme brasileiro e uma história real, que todo mundo falava. O trailer na TV me atraiu”, diz Lucena. “Mas não gostei. Não foi a violência que me incomodou, e sim a forma monótona que a história é apresentada, sem suspense.” Se tal público vai ou não gostar do filme de Babenco, é um outro assunto. Atraído ele foi. E o maior trunfo comercial do filme, como de resto de oito dos dez filmes brasileiros mais vistos dos últimos dez anos, é a parceria com a produtora Globo Filmes, que dá acesso à poderosa mídia da Rede Globo, além da promoção em programas da emissora. “A parceria com a TV é o grande caminho para termos uma indústria de cinema”, diz Rodrigo Saturnino Braga, diretor da Columbia, distribuidora do filme. Outra característica do sucesso instantâneo de Carandiru é o seu caráter nacional. “O que me impressiona muito é que o filme está indo bem em todas as regiões do país, não só no eixo Rio/São Paulo”, observa Fabiano Gulane, um dos produtores do longa.

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