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Feira cinematográfica

Arquivo Geral

18/11/2003 0h00

A partir de hoje, a capital federal começa a respirar cinema e, durante uma semana, exibe em cinco espaços, espalhados pelo Plano Piloto (Cine Brasília, Teatro Nacional, Cinemark Pier 21, Centro Cultural Banco do Brasil) e Taguatinga (Teatro do Sesi), o que de melhor tem-se produzido em termos de cinema nacional nos últimos anos.

Para divulgar as novidades que foram reservadas para este ano, o secretério de Cultura Pedro Bório e o diretor do festival, Fernando Adolfo concederam esta entrevista ao Jornal de Brasília.

Qual a importância do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro para a cidade, não só no aspecto cultural, mas para toda a movimentação da capital?

PB: O festival, é sem dúvida, o evento cultural mais importante da cidade, o mais tradicional. Não são tantos os eventos no Brasil que chegam à 36ª edição. Além da tradição, ele é o único festival de cinema dedicado exclusivamente à produção brasileira. Este ano foi um ano particularmente difícil para o cinema – um ano de mudanças, muito pesado na política federal, na reorientação da legislação sobre cinema – nós temos então um peso todo especial nessa vertente política do festival. Em relação à cidade, a mobilização é mesmo muito grande. A participação popular do festival é expressiva.

Qual a grande novidade do festival desse ano?

PB: A maior novidade da 36ª edição é a ênfase econômica, que fazia falta, com a criação do Mercado de Cinema. Resolvemos olhar com mais densidade para suprir esse, que é o grande gargalo do cinema, o econômico. Em relação a tudo: distribuição, número de salas, investimento e outros aspectos. Por isso, surgiu a idéia, a exemplo de Cannes, de criarmos o mercado. A idéia é permitir que os filmes que não estão competindo também sejam mostrados. Assim, amplificamos o espectro do festival de modo muito importante. Até os filmes que não estão prontos terão espaço. Eles podem trazer previews, cópias sem edição final.

Como foi a seleção dos longas?

FA: Como sempre é feito, a comissão selecionadora primou pela qualidade das produções e pela diversidade. Tínhamos 24 filmes inscritos, todos com o mesmo nível para participar do festival. Mas, só podíamos escolher seis. E, no final, tivemos a feliz coincidência de ter seis grandes diretores.

Há previsão de aumento nas verbas para o ano que vem?

PB: Seguindo uma sugestão da própria classe cinematográfica, os recursos do FAC este ano foi para os curtas. A idéia para o ano que vem é prestar mais atenção aos longas, sem negligenciar os curtas. Estamos lutando com a Câmara Legislativa. Temos uma promessa da deputada Eurides Brito para encaminhar uma emenda ao orçamento para aumentarmos os recursos. A idéia é conseguir fazer isso todos os anos.

Como será a movimentação no Hotel Nacional, esse ano?

PB: Será muito mais intensa do que nos anos anteriores, por causa do Mercado de Cinema. Teremos áreas reservadas para reuniões, cabines para os cineastas mostrarem os filmes e uma série de mesas de discussões. Ou seja, estaremos proporcionando todas as condições para que vendedores e compradores se encontrem e façam business.

E a área de alimentação do Cine Brasília? Alguma mudança?

FA: Ela será maior, pois o pé-direito estará mais alto. A decoração será diferente e teremos mais bares do que no ano passado. A Universidade de Brasília montará um estande para venda de livros.

Qual foi o investimento para a realização dessa edição?

FA: O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro é muito barato. Outros festivais pelo Brasil, com menos força e expressão artística, gastam R$ 6 milhões. Nós montamos um orçamento de R$ 1 milhão e 700 mil.

PB: Dinheiro que não consideramos como um gasto, e sim um investimento. Praticamente a metade do dinheiro veio de patrocinadores. Nosso festival é como um carro Volkswagen: roda muito e gasta pouco.

Qual a expectativa de público?

FA: Cerca de 70 mil pessoas durante toda a semana. Todos os anos o público cresce. Os brasilienses adoram cinema. Comprovamos isso com mostras do Cine Brasília, como a Semana da Francofonia que realizamos recentemente.

Fernando Adolfo, como o senhor consegue participar com isenção da comissão selecionadora, sendo que sua vida é viver imerso nesse meio cinematográfico?

FA: Basta pensar na qualidade da obra. Esse item é imprescindível. Seguimos certos parâmetros e não dá para fugir deles. Em todos esses anos, nenhum amigo meu cineasta nunca reclamou. Eles sabem que a comissão é formada por pessoas representativas.

PB: Essa credibilidade é uma marca do festival. Os filmes que não são selecionados sabem que não são perdedores. Eles entendem que não entraram por conta do limite de tempo. Por isso, criamos o Mercado, para dar oportunidade aos que ficaram fora, aparecer.

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    18/11/2003 0h00

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    Para divulgar as novidades que foram reservadas para este ano, o secretério de Cultura Pedro Bório e o diretor do festival, Fernando Adolfo concederam esta entrevista ao Jornal de Brasília.

    Qual a importância do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro para a cidade, não só no aspecto cultural, mas para toda a movimentação da capital?

    PB: O festival, é sem dúvida, o evento cultural mais importante da cidade, o mais tradicional. Não são tantos os eventos no Brasil que chegam à 36ª edição. Além da tradição, ele é o único festival de cinema dedicado exclusivamente à produção brasileira. Este ano foi um ano particularmente difícil para o cinema – um ano de mudanças, muito pesado na política federal, na reorientação da legislação sobre cinema – nós temos então um peso todo especial nessa vertente política do festival. Em relação à cidade, a mobilização é mesmo muito grande. A participação popular do festival é expressiva.

    Qual a grande novidade do festival desse ano?

    PB: A maior novidade da 36ª edição é a ênfase econômica, que fazia falta, com a criação do Mercado de Cinema. Resolvemos olhar com mais densidade para suprir esse, que é o grande gargalo do cinema, o econômico. Em relação a tudo: distribuição, número de salas, investimento e outros aspectos. Por isso, surgiu a idéia, a exemplo de Cannes, de criarmos o mercado. A idéia é permitir que os filmes que não estão competindo também sejam mostrados. Assim, amplificamos o espectro do festival de modo muito importante. Até os filmes que não estão prontos terão espaço. Eles podem trazer previews, cópias sem edição final.

    Como foi a seleção dos longas?

    FA: Como sempre é feito, a comissão selecionadora primou pela qualidade das produções e pela diversidade. Tínhamos 24 filmes inscritos, todos com o mesmo nível para participar do festival. Mas, só podíamos escolher seis. E, no final, tivemos a feliz coincidência de ter seis grandes diretores.

    Há previsão de aumento nas verbas para o ano que vem?

    PB: Seguindo uma sugestão da própria classe cinematográfica, os recursos do FAC este ano foi para os curtas. A idéia para o ano que vem é prestar mais atenção aos longas, sem negligenciar os curtas. Estamos lutando com a Câmara Legislativa. Temos uma promessa da deputada Eurides Brito para encaminhar uma emenda ao orçamento para aumentarmos os recursos. A idéia é conseguir fazer isso todos os anos.

    Como será a movimentação no Hotel Nacional, esse ano?

    PB: Será muito mais intensa do que nos anos anteriores, por causa do Mercado de Cinema. Teremos áreas reservadas para reuniões, cabines para os cineastas mostrarem os filmes e uma série de mesas de discussões. Ou seja, estaremos proporcionando todas as condições para que vendedores e compradores se encontrem e façam business.

    E a área de alimentação do Cine Brasília? Alguma mudança?

    FA: Ela será maior, pois o pé-direito estará mais alto. A decoração será diferente e teremos mais bares do que no ano passado. A Universidade de Brasília montará um estande para venda de livros.

    Qual foi o investimento para a realização dessa edição?

    FA: O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro é muito barato. Outros festivais pelo Brasil, com menos força e expressão artística, gastam R$ 6 milhões. Nós montamos um orçamento de R$ 1 milhão e 700 mil.

    PB: Dinheiro que não consideramos como um gasto, e sim um investimento. Praticamente a metade do dinheiro veio de patrocinadores. Nosso festival é como um carro Volkswagen: roda muito e gasta pouco.

    Qual a expectativa de público?

    FA: Cerca de 70 mil pessoas durante toda a semana. Todos os anos o público cresce. Os brasilienses adoram cinema. Comprovamos isso com mostras do Cine Brasília, como a Semana da Francofonia que realizamos recentemente.

    Fernando Adolfo, como o senhor consegue participar com isenção da comissão selecionadora, sendo que sua vida é viver imerso nesse meio cinematográfico?

    FA: Basta pensar na qualidade da obra. Esse item é imprescindível. Seguimos certos parâmetros e não dá para fugir deles. Em todos esses anos, nenhum amigo meu cineasta nunca reclamou. Eles sabem que a comissão é formada por pessoas representativas.

    PB: Essa credibilidade é uma marca do festival. Os filmes que não são selecionados sabem que não são perdedores. Eles entendem que não entraram por conta do limite de tempo. Por isso, criamos o Mercado, para dar oportunidade aos que ficaram fora, aparecer.

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