Quando o relógio caminha para as dez da noite, de segunda-feira a sábado, é hora do telespectador da Rede TV! instalar imediatamente na cabeça a lembrança do refrão da música: “Mentiroso!…”. Claro, está entrando no ar Betty, a Feia. A trama colombiana tem o acento de todo folhetim latino – passional –, mas passa longe de qualquer parâmetro com as novelas mexicanas. As hechas en Mexico apresentam-se como caricaturas involuntárias: o elenco feminino dessas novelas é, em peso, formado por mulheres inimigas do ozônio, haja vista a onipresença do laquê em seus penteados. Já Betty, a Feia agrada porque é uma caricatura assumida. E isso começa com a protagonista, a bela Ana Maria Orozco, que passou a maior parte da história transfigurada em patinho-feio e agora desabrochou. O resto é diversão pura. Além da dublagem, a novela tem legendas-resenha incidentais (como no Ratinho, do SBT) e, no início de cada capítulo, uma narração resumindo o que aconteceu antes. Precioso. Em tempo: vai virar desenho animado. Imperdível.