Paralelamente às atividades de senador, Ney Suassuna escreve peças teatrais, fala sobre a democracia e acredita em uma política melhor. A comédia musical Democracia Tropical vai tratar, com humor, sobre a política no Brasil. As apresentações serão hoje e amanhã, às 20h, no Teatro da Caixa.

O espetáculo faz uma crítica à democracia dos trópicos, desde sua origem até os dias atuais. Mostra como os povos se adaptaram ao novo ideal, primeiro contando como a Grécia aderiu à nova política, depois de uma discussão para saber se os atenienses entrariam ou não em guerra contra Esparta. Depois, aponta a trajetória da democracia pela França e pelos Estados Unidos, e a seguir pelos trópicos. “A peça mostra como as cidades aderiram ao cabo eleitoral, ao gabinete”, explica Suassuna.

Democracia Tropical também mostra o sonho e a inocência do eleitor, que acredita que, quando tiver o título, vai poder escolher o político e solucionar os problemas do País. A peça é uma sátira da maneira nordestina de interpretar o ideal do povo no poder, situando bem osleitores ingênuos, as trocas de voto e os marqueteiros. “O objetivo foi fazer uma crítica ao sistema político de hoje”, atenta Suassuna. “Convidei senadores, deputados. Tenho certeza que muita gente não vai gostar, pois tem muitas sátiras à nossa política, para tentar mudar alguma coisa. A gente muda a política ou atuando nela ou mostrando o que acontece. Quero tentar alertar os políticos, para que o Brasil tenha uma política melhor”, diz.

A peça conta com 12 atores cariocas e cinco músicos. O espetáculo tem direção e coreografias da atriz Madeleine Braga. A trilha sonora também foi feita pelo senador. Democracia Tropical já foi encenada no Rio de Janeiro, e depois segue para uma temporada pela Paraíba, estado natal do senador. A expectativa para a apresentação em Brasília é grande. “Não poderia deixar de apresentar na capital política”, conta.

Ney Suassuna já prepara uma segunda peça, e adiantaalguns detalhes: “Estou finalizando, será uma surpresa. Mas dessa vez não será relacionada à política e nem uma comédia nem um musical”. O público não perde por esperar.