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A vida entre quatro paredes

Arquivo Geral

11/04/2003 0h00

Livremente inspirado no best seller do médico Drauzio Varella, Estação Carandiru, o novo filme de Hector Babenco é, antes de tudo, visceral pois mostra o cotidiano daquele que já foi o maior presídio da América Latina, com 7 mil detentos.

A tragédia não é o mote do filme. Segundo o próprio diretor, por ser seu filme uma obra baseada em fatos reais, foi mostrado apenas o ponto de vista dos detentos. Não foram ouvidos, por exemplo, os responsáveis pela invasão do presídio, ocorrida em outubro de 1992 que resultou em 111 mortos. Entretanto, apesar de não ser o principal artifício para atrair o público, algumas cenas de violência são inevitáveis. Não apenas por se tratar de um filme sobre uma prisão, mas sobretudo por mostrar pinceladas da realidade brasileira: o sistema carcerário no País não corrige e regenera, pelo contrário.

O longa tem 26 atores principais, dentre eles, Lázaro Ramos, Rodrigo Santoro, Maria Luisa Mendonça, Caio Blat, Luiz Carlos Vasconcelos e Milton Gonçalves. É narrado sob o ponto de vista do médico Drauzio Varella (Luiz Carlos Vasconcelos) que passou 12 anos freqüentando a casa de detenção uma vez por semana. Na função de médico, Drauzio fez um trabalho de prevenção à AIDS entre os detentos e acabou se deparando com uma pequena amostra de sofrimento: superlotação, falta de assistência jurídica, médico-hospitalar, enfim, um quadro de precariedade para os habitantes do local que depois de 50 anos de atividade foi implodido, em setembro último.

A relação entre o médico Drauzio Varella e o cineasta Hector Babenco vai além da recíproca admiração. Babenco freqüentou o consultório de Varella durante 15 anos, tempo que enfrentou um câncer linfático. Superada a doença, partiu para começar as filmagens, com algumas cenas, inclusive filmadas dentro da própria casa de detenção. De acordo com o diretor, a cada semana, quando voltava do presídio, Varella compartilhava as experiências lá vividas com o cineasta, que acabou se apaixonando pela história. Assim, livro e filme tiveram origem na mesma época, apesar de terem criadores diferentes.

Ficha técnica: Direção: Hector Babenco/ Direção de fotografia: Walter Carvalho/ Gênero: drama/ Duração: 146 min./ Classificação: 18 anos

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    11/04/2003 0h00

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    A tragédia não é o mote do filme. Segundo o próprio diretor, por ser seu filme uma obra baseada em fatos reais, foi mostrado apenas o ponto de vista dos detentos. Não foram ouvidos, por exemplo, os responsáveis pela invasão do presídio, ocorrida em outubro de 1992 que resultou em 111 mortos. Entretanto, apesar de não ser o principal artifício para atrair o público, algumas cenas de violência são inevitáveis. Não apenas por se tratar de um filme sobre uma prisão, mas sobretudo por mostrar pinceladas da realidade brasileira: o sistema carcerário no País não corrige e regenera, pelo contrário.

    O longa tem 26 atores principais, dentre eles, Lázaro Ramos, Rodrigo Santoro, Maria Luisa Mendonça, Caio Blat, Luiz Carlos Vasconcelos e Milton Gonçalves. É narrado sob o ponto de vista do médico Drauzio Varella (Luiz Carlos Vasconcelos) que passou 12 anos freqüentando a casa de detenção uma vez por semana. Na função de médico, Drauzio fez um trabalho de prevenção à AIDS entre os detentos e acabou se deparando com uma pequena amostra de sofrimento: superlotação, falta de assistência jurídica, médico-hospitalar, enfim, um quadro de precariedade para os habitantes do local que depois de 50 anos de atividade foi implodido, em setembro último.

    A relação entre o médico Drauzio Varella e o cineasta Hector Babenco vai além da recíproca admiração. Babenco freqüentou o consultório de Varella durante 15 anos, tempo que enfrentou um câncer linfático. Superada a doença, partiu para começar as filmagens, com algumas cenas, inclusive filmadas dentro da própria casa de detenção. De acordo com o diretor, a cada semana, quando voltava do presídio, Varella compartilhava as experiências lá vividas com o cineasta, que acabou se apaixonando pela história. Assim, livro e filme tiveram origem na mesma época, apesar de terem criadores diferentes.

    Ficha técnica: Direção: Hector Babenco/ Direção de fotografia: Walter Carvalho/ Gênero: drama/ Duração: 146 min./ Classificação: 18 anos

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