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Política & Poder

Wellington Luiz pretende acelerar e zerar fila da moradia na Cohab

Arquivo Geral

20/12/2018 7h00

Deputado Wellington Luiz. Foto: Myke Sena/Jornal de Brasília

Francisco Dutra
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O deputado distrital Wellington Luiz (MDB) foi indicado para ser diretor-presidente da Companhia Habitacional do Distrito Federal (Cohab). Hoje existem 100 mil candidatos na lista de espera por uma moradia popular. O objetivo do parlamentar, tão logo tome posse, é ousado: acelerar e zerar a fila.

“Queremos, principalmente, acabar com essa fila de espera”, declara. Contudo, o próximo diretor-presidente não estabelece datas. “Mas o governador Ibaneis é acelerado. Já estamos negociando mais recursos com a Caixa Econômica Federal (CEF) para projetos habitacionais. Estamos buscando soluções antes de colocar os pés no governo”, argumenta.

Logo após a vitória na eleição, Ibaneis manifestou a intenção de retirar as cooperativas do processo das habitações populares. Segundo Wellington, todas as diretrizes estabelecidas pelo futuro governador serão seguidas, sempre tendo como foco o melhor atendimento para as famílias mais carentes. “O governador me pediu para ter um olhar diferenciado para quem mais precisa. Para garantir para essas pessoas o direito de morar bem”, enfatiza.

Para cumprir as promessas, o próximo diretor-presidente ensaia uma ressonância na Codhab. “Nós vamos fazer uma avaliação de tudo. Vamos avaliar os pontos frágeis e fortes da lista. O que for bom será mantido, o que estiver ruim será modificado e melhorado”, comenta o parlamentar.

Dança das cadeiras

Aliado de primeira hora na campanha eleitoral, o parlamentar foi inicialmente indicado pelo próprio governador eleito Ibaneis Rocha (MDB) para a presidência da Companhia do Metropolitano do DF (Metrô). Mas em função de uma contestação da Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), foi remanejado para outro posto do futuro governo.

A Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep) redigiu um parecer pedindo para Ibaneis ficar atento à Lei Federal nº 13.303/16. O texto determina regras para nomeações em empresas estatais. O artigo 17 proíbe a indicação de dirigente de partido político ou membro do Legislativo.

Além disso, a legislação veda a participação de pessoas que tenham participado da estrutura de comando de legendas ou de campanhas eleitorais no prazo de 36 meses antes da posse. Além de distrital, Wellington é secretário-geral do MDB no DF. Os argumentos do MPDFT fizeram Ibaneis rever os planos.

“O governador é um legalista. E tomou a decisão por imposição os efeitos da Lei 13.303, independente da recomendação do MP ou não. Não concordamos com os efeitos dessa lei, mas não é interessante assumir esse desgaste neste momento, ainda para um governo que chega com a regra de obedecer as normas legais”, comenta Wellington.

O nome do distrital chegou a ser cogitado para a DF Legal – Agência de Fiscalização, criada por Ibaneis para substituir a Agência de Fiscalização (Agefis). Mas Wellington recusou a ideia, ainda na fase avaliação. Wellington tentou a reeleição, mas não conseguiu. Teve 11.663 votos nas urnas de outubro, mas ficou como primeiro suplente.

Ministro da Saúde preside Terracap

Ibaneis definiu mais dois nomes do primeiro escalão. A nova DF Legal, projetada para substituir a Agefis, será presidida por Georgeano Trigueiro Fernandes. E no ritmo da dança das cadeiras dos indicados, o futuro governador mudou a aposta para a Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap). Júlio César Reis não permanecerá mais na presidência. Quem vai assumir a caneta será o atual ministro da Saúde Gilberto Occhi.

Durante a campanha, Ibaneis criticou as derrubadas da Agefis, chegando a mencionar que poderia extinguir o órgão e redistribuir o papel de fiscalização entre as administrações regionais. Com a indicação de Trigueiro a proposta foi revista. O novo presidente pretende lutar contra as invasões na fase inicial. A linha de fiscalização será humanizada, mas em casos extremos novas derrubadas poderão acontecer.

O novo modelo não contará com equipes fixas da DF Legal em cada administração. Contudo, o trabalho será feito em parceria com os administradores. Conforme a demanda, equipes serão mobilizadas. Trigueiro pretende analisar com lupa os casos de verticalização em Vicente Pires. Para Trigueiro, a prioridade será evitar o crescimento desordenado no DF. O futuro presidente é filiado ao PP.

Georgeano Trigueiro: sua prioridade será lutar contra as invasões na fase inicial, mas haverá derrubadas, se indispensável. Foto Renato Alves/ Transição

Nacional

A mudança de planos para a Terracap reforça a estratégia nacional de Ibaneis. A indicação de Occhi, que também presidiu a Caixa Econômica Federal, é mais um movimento em busca de maiores horizontes financeiros e políticos. O futuro governador chamou uma série de ministros e nomes com peso nacional para compor o futuro governo. O movimento tem dois objetivos claros. Em primeiro lugar, o governador eleito tem convicção de que é precisa minerar recursos federais para vitaminar os projetos no DF, em todas as áreas.

Ibaneis também pensa em voos além do Buriti. O futuro governador analisa hipótese de candidatura a cargos nacionais em 2022. Por isso, além da necessidade de fazer um bom governo no DF precisa construir uma rede de contatos.

Saiba Mais

Segundo Trigueiro, a Luos aprovada pela Câmara Legislativa traz um olhar atento para o crescimento do DF.

Para o presidente indicado da DF Legal, existem diversos pontos críticos onde o crescimento desordenado é mais gritante, como Taguatinga, São Sebastião, Planaltina, Brazlândia.

Trigueiro pretende trabalhar em conjunto com diversos órgãos do governo, principalmente com as administrações.

Ibaneis ainda estuda uma posição para Júlio César Reis no futuro governo.

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