A entrevista do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, publicada pelo jornal O Estado de São Paulo na última sexta (13), caiu como uma bomba em Curitiba, nas palavras de Toffoli, “a Lava Jato destruiu empresas” e “o Ministério Público deveria ser uma instituição mais transparente”
O procurador responsável pela Lava Jato, Deltan Dallagnol, saiu em defesa da operação nas redes sociais. Em sua conta no Twitter, Dallagnol fez duras críticas à declaração de Toffoli, ressaltando que a Lava Jato já recuperou R$ 14 bilhões e que a força-tarefa vai continuar “aplicando a lei” que ainda é “inefetiva no Brasil”.
Para o procurador, as declarações de Toffoli têm o mesmo sentido que….”É culpar pelo homicídio o policial porque ele descobriu o corpo da vítima, negligenciando o criminoso.” “Os responsáveis são os criminosos. A Lava Jato aplicou a lei”, afirma o procurador.
O procurador destaca resultados da Lava Jato que, em quase seis anos de ação recuperou uma fortuna para o Tesouro. E avisou: “Seguiremos aplicando a lei, que ainda é muito inefetiva no Brasil. Nos Estados Unidos, a prisão acontece depois da primeira ou segunda instância. Sem efetividade da lei, não há rule of law ou estado de direito.”
O procurador listou cinco fatos para mostrar que a fala de Toffoli foi irresponsável.
1. É fechar os olhos para a crise econômica relacionada a fatores que incluem incompetência, má gestão e corrupção.
2. É culpar pelo homicídio o policial porque ele descobriu o corpo da vítima, negligenciando o criminoso. Os responsáveis são os criminosos. A Lava Jato aplicou a lei.
3. É, assim, fechar os olhos para a raiz do problema, a prática por muitos políticos e empresários de uma corrupção político-partidária sanguessuga, que drena a vida dos brasileiros.
4. É fechar os olhos para o fato de que a Lava Jato vem recuperando por meio dos acordos mais de R$ 14 bilhões de reais para os cofres públicos, algo inédito na história.
5. Seguiremos aplicando a lei, que ainda é muito inefetiva no Brasil. Nos Estados Unidos, a prisão acontece depois da primeira ou segunda instância. Sem efetividade da lei, não há rule of law ou estado de direito.