A Polícia Federal (PF) vai enviar ao Rio de Janeiro uma equipe de agentes para reforçar o combate a crimes eleitorais praticados por milícias ou traficantes, discount nas eleições municipais de outubro.
A informação foi divulgada hoje (29) pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral do estado (TRE-RJ), desembargador Roberto Wider, após reunião com a cúpula da segurança estadual e da PF.
Wider disse que foi criado um grupo de trabalho, envolvendo os órgãos policiais e a Justiça Eleitoral, para atuar durante o período das eleições. Ele não descartou a vinda de forças federais, embora não considere necessário no momento.
Amanhã (30), o desembargador se reúne, em Brasília, com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Ayres Britto, para definir o assunto.
“Nós não precisamos de Exército neste momento, precisamos é de atuação de inteligência, para verificar os problemas que estão ocorrendo e fazer os levantamentos. Decidimos pela formação de um grupo de trabalho, reunindo polícias Civil, Militar, Federal, que vão trabalhar em conjunto, municiando a Justiça Eleitoral com informações. Não é um trabalho de confronto, de mortes. Não estamos vivendo um estado de exceção. Continuamos dentro de um Estado de Direito. Nós temos irregularidades, que serão apuradas. Quem for beneficiado por essas irregularidades será objeto de investigação e de processo”, afirmou o desembargador.
Segundo o superintendente da PF no Rio, delegado Valdinho Jacinto Caetano, o grupo de agentes chega até a próxima semana, com objetivo de identificar e prender quem estiver agindo para favorecer candidatos e impedir a campanha de outros, em comunidades dominadas pela milícia ou pelo tráfico.
O superintendente da PF disse que já existem pessoas sendo investigadas. “A Polícia Federal tem o trabalho de polícia judiciária eleitoral. Intimando e prendendo pessoas, se for o caso. Todos os fatos que nos chegarem, vamos fazer uma investigação de forma mais rápida possível para enviar ao Ministério Público Eleitoral,” explicou Caetano.
O delegado afirmou que as investigações serão concentradas nas áreas onde existe maior quantidade de denúncias. Ontem (28), o TRE divulgou que a maior parte dos problemas com milicianos se concentra em comunidades da zona oeste, como os bairros de Santa Cruz e Jacarepaguá, e com os traficantes nas favelas da Rocinha, Vidigal e Vila Cruzeiro, no Complexo do Alemão.
