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Política & Poder

Pazuello afirma que não pretende criar mais medidas de isolamento: “A economia não pode parar”

Ministro usou o termo “quarta onda” para defender a manutenção da economia nos estados e municípios

Willian Matos

18/01/2021 17h31

Perguntado se o Ministério da Saúde pretende intensificar medidas de isolamento social para evitar mais casos de covid-19, o ministro Eduardo Pazuello saiu em defesa da economia. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (18), Pazuello citou uma “quarta onda” e sinalizou que a pasta não deve criar novas campanhas, mesmo tendo como exemplo o caos no Amazonas.

Perguntado se o Ministério poderia ter como referência a situação de Manaus, onde os hospitais sofrem com a falta de oxigênio, Pazuello começou afirmando que as medidas são de responsabilidade dos estados.

Em seguida, o ministro defendeu a manutenção da economia. “A economia não pode parar. Ponto. Porque se a economia parar, vamos acelerar a ‘quarta onda'”, declarou.

Explicando o que seria “quarta onda”, Pazuello discorreu. “Vocês sabem o que é a quarta onda? Não sei, talvez não saibam. É o choque no emocional das pessoas. É a depressão, a automutilação, o suicídio, todos causados pela queda da capacidade de manter a sua própria família e de se manter. Essa é a quarta onda de uma pandemia. Se a economia quebrar, nós vamos estar acelerando a quarta onda. É um jogo muito difícil de equilibrar.”

Pazuello sinalizou ainda que permitir que bares e comércios noturnos funcionem sem restrição de horário pode “impactar menos”. “Isso está nas costas dos nossos governadores e prefeitos, e a gente tem que apoiá-los nas suas decisões, apoiá-los com o que for necessário.”

Cloroquina

Momentos antes, Pazuello deu declarações contraditórias sobre a relação do Ministério da Saúde com a cloroquina, medicamento ineficaz contra a covid-19, mas que foi colocado pelo presidente Jair Bolsonaro como uma alternativa à doença.

Ao responder uma jornalista, Pazuello disse que nunca indicou a cloroquina para tratamento da covid. Quando ouviu a profissional mencionar o medicamento, o minisitro a interrompeu e respondeu, irritado: “A senhora nunca me viu receitar ou dizer, colocar para as pessoas tomarem este ou aquele remédio. Nunca. Não aceito a sua posição.”

Em seguida, o ministro prosseguiu: “Nunca indiquei medicamentos a ninguém. Nunca autorizei o Ministério da Saúde a fazer protocolos indicando medicamentos.”

O Ministério da Saúde, no entanto, já recomendou o uso da cloroquina para gestantes com sintomas leves da covid-19. No mesmo documento, a pasta indica a azitromicina. A Organização Mundial de Saúde (OMS) enfatiza desde o início da pandemia que nenhum dos medicamentos citados no documento é eficaz no tratamento da doença.

O documento que contém a recomendação é do dia 15 de junho de 2020. À época, Pazuello atuava há um mês como ministro interino, vindo a ser efetivado em setembro.

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