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Política & Poder

Para Bolsonaro, jornalista foi agredido em manifestação por “possíveis infiltrados”

Presidente classificou o ato como pacífico e disse não viu atos de violência. Bolsonaro também aproveitou para atacar a Rede Globo

Redação Jornal de Brasília

04/05/2020 9h13

Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Em publicação nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro atribuiu a agressão sofrida por profissionais do Estadão a “possíveis infiltrados” em ato realizado contra o Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF) do domingo, 3, em Brasília. Bolsonaro esteve presente na manifestação, mas disse que não viu a violência ao fotógrafo Dida Sampaio e outros membros da equipe de reportagem.

Na mesma publicação, o presidente criticou o destaque dado pela emissora Rede Globo ao ocorrido.

O mesmo texto foi disparado nas primeiras horas da manhã por Bolsonaro para alguns de seus contatos pessoais. O presidente disse condenar a violência e alegou que não viu a agressão, pois estava na área cercada do Palácio do Planalto.

Bolsonaro comparou a agressão aos profissionais de imprensa com situação de pessoas que estão sendo abordadas por forças policiais em algumas cidades por descumprirem o distanciamento social.

Segundo o chefe do Executivo, “a maior violência que o povo sofre no Brasil é aquela contra seus direitos fundamentais, com o apoio ou omissão da Rede Globo”.

Manifestação ocorrida no domingo (3), na Esplanada dos Ministérios. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Repúdio

As agressões receberam o repúdio de diversas autoridades. A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, afirmou que “quem transgride e ofende a liberdade de imprensa ofende a Constituição, a democracia e a cidadania brasileira”.

“É de se lamentar esses episódios. A agressão a cada jornalista é agressão à liberdade de expressão e à própria democracia e isso precisa ficar bem claro e ser repudiado”, disse o ministro Gilmar Mendes, do STF.

“É de se lamentar esses episódios. A agressão a cada jornalista é agressão à liberdade de expressão e à própria democracia e isso precisa ficar bem claro e ser repudiado”, disse o ministro Gilmar Mendes, do STF.

O ministro Alexandre de Moraes, também do Supremo, afirmou que agressões contra jornalistas “devem ser repudiadas pela covardia do ato e pelo ferimento à Democracia e ao Estado de Direito”.

O ministro Luiz Fux, do STF, também destacou a ameaça à democracia. “A dignidade da imprensa se exterioriza pela sua liberdade crítica, de investigação e de denúncia de atitudes anti-republicanas.”

Ministro foi um dos que repudiaram os ataques. Foto: Divulgação

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que cabe às instituições democráticas impor a “ordem legal a esse grupo que confunde fazer política com tocar o terror”. “Ontem enfermeiras ameaçadas. Hoje jornalistas agredidos. Amanhã qualquer um que se opõe à visão de mundo deles”, disse.

O governador de São Paulo, João Doria, afirmou em seu Twitter que a justiça precisa punir os que agrediram profissionais da imprensa e também profissionais de saúde.

“Milicianos ideológicos agridem covardemente profissionais de saúde num dia. Agridem profissionais de imprensa no outro”, escreveu Doria na rede social.

Wilson Witzel, governador do Rio de Janeiro, criticou o presidente Jair Bolsonaro por não ter se manifestado em relação às agressões aos jornalistas do jornal O Estado de S. Paulo e declarou que o único plano de seu governo é “alimentar o caos”.

Para o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, o “trabalho da imprensa precisa ser respeitado exercido com total segurança e liberdade”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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