Menu
Política & Poder

‘Nós entramos tarde no combate ao desmatamento’, afirma Mourão

A operação Verde Brasil 2, que usa as Forças Armadas no combate ao desmatamento, só “entrou pra valer no terreno” na segunda semana de junho deste ano

Redação Jornal de Brasília

04/09/2020 11h39

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, reconheceu nesta sexta-feira, 4, durante o evento Retomada Verde, do Estadão, dificuldades do governo na área ambiental em relação às queimadas e ao desmatamento da Amazônia. “Nós entramos tarde no combate ao desmatamento”, afirmou, durante o debate mediado pela jornalista Eliane Cantanhêde. Mourão, que também preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal, tem agido para mudar a imagem da política ambiental do governo no exterior, onde a gestão Jair Bolsonaro é alvo de críticas.

Segundo Mourão, a Operação Verde Brasil 2, que usa as Forças Armadas no combate ao desmatamento, só “entrou pra valer no terreno” na segunda semana de junho deste ano, mas o governo federal tem um plano de diminuir os níveis de desmatamento ainda em 2020. Ele ainda destacou que esse aumento do esforço para frear a devastação da floresta coincidiu com a crise causada com a pandemia do novo coronavírus.

“O objetivo é chegarmos com o desmatamento e as queimadas abaixo da média ou dos mínimos históricos que já tivemos anteriormente”, afirmou. Ele também destacou que o papel das Forças Armadas no combate ao desmatamento é apoiar os órgãos ambientais na fiscalização. “O Exército não assumiu nada, mas (atua) dando apoio para que Ibama e ICMbio possam exercer suas atividades”, disse Mourão, lembrando que os dois órgãos têm sofrido com equipes reduzidas nos últimos anos.

O vice-presidente também defendeu a participação das empresas na defesa da Amazônia. “É fundamental que o setor privado trabalhe lado a lado”, disse. A tarefa do governo, acrescentou, “é criar um ambiente de negócios estável, amigável, desregulando, desburocratizando”, além de dar “segurança política” aos investidores.

Ainda segundo ele, é preciso que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, aperfeiçoe suas ferramentas para monitorar o desmate. “O trabalho do Inpe não usa inteligência artificial”, disse. O monitoramento da perda de cobertura vegetal feitopelo instituto tem sido questionado por integrantes do governo Bolsonaro desde o ano passado.

Estadão Conteúdo

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado