O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, falou nesta sexta-feira (4) sobre a relação entre o STF e a operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Para Toffoli, não existiria Lava Jato se não fosse o STF. Perguntado sobre as decisões do Supremo que teriam contrariado interesses da operação, o ministro afirmou que “deve-se avaliar instituições, e não pessoas”.
Toffoli relembrou que participou de iniciativas de combate à corrupção e de “todas as leis que hoje existem” anti-corrupção. “Não existiria Lava Jato, não existiria nada desses combates necessários a corrupção se não tivessem sido essas leis, e eu tenho orgulho de ter participado de todas elas”.
“O que não se pode ter é abuso. O que não pode se ter é escolher quem você vai investigar, deixar investigações na gaveta que deveriam sair.”
Operação Lava Jato
Iniciada em março de 2014, a Operação Lava Jato é um conjunto de investigações deflagradas pela Polícia Federal que visa apurar crimes de lavagem de dinheiro, desvios, entre outros. Várias das fases foram autorizadas pelo ex-juiz Sergio Moro, que viria a ser ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro até a metade deste ano.
Troca no cargo
O ministro Dias Toffoli deixa, no próximo dia 10 de setembro, a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF). Luiz Fux assume o posto. Fux foi eleito em junho novo presidente do Supremo, em votação feita por videoconferência por conta da pandemia do novo coronavírus.
O mandato de Fux é válido pelos próximos dois anos. “Prometo que vou lutar intensamente para manter o Supremo Tribunal Federal no mais alto patamar das instituições brasileiras”, disse Fux ao ser eleito.