Mais uma vez apresentado como voz moderada do governo brasileiro nos Estados Unidos, o vice-presidente Hamilton Mourão precisou explicar declarações controversas do presidente Jair Bolsonaro em entrevista ao jornal americano The Washington Post, publicada nesta segunda-feira (15)
Quando questionado sobre o discurso do presidente em relação ao nazismo, Mourão afirmou que Bolsonaro utiliza de “expressões fortes” para tratar de temas com carga ideológica e que “não acredita totalmente” quando diz que o movimento de Adolf Hitler pode ser considerado de esquerda.
De acordo com ele, Bolsonaro quis endossar a ideia de seu ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para que ele “não ficasse sozinho” na defesa dessa tese. O chanceler havia dito que era possível ver “semelhanças e proximidades entre esses movimentos nazistas da Europa da metade do século 20 e movimentos de extrema esquerda”
A reportagem afirma que Mourão sustentou que o presidente não acredita totalmente na linha que parece endossar. À época da fala do presidente e seu ministro, o vice se contrapôs ao discurso de ambos ao dizer que “de esquerda é o comunismo. Não resta a menor dúvida”.
Mourão tenta desfazer a ideia de que está se comportando como um antagonista dentro do governo e, apesar de admitir que Bolsonaro seguiu por um “caminho errado” nesse debate, questões sobre direita e esquerda, ele defende, “precisam ficar para trás”.
Mourão também foi questionado sobre os comentários do presidente em relação ao golpe de 1964 no Brasil. Para ele, a opinião do presidente é “simplesmente sobre história” para satisfazer alguns integrantes de sua base que podem ter nostalgia por aquela época. O vice-presidente acrescentou ainda que o governo está “marchando em um bom caminho” para a implementação de mudanças, incluindo a reforma da Previdência, leis sobre segurança pública e maior desregulamentação da economia.
