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Política & Poder

Há um longo caminho com as reformas econômicas, diz Maia

Para Maia, falar que o País vai crescer “2%, 3% ou 4% é excesso de otimismo” e diminui a “urgência” de passarem pelo aval do Congresso as reformas

Redação Jornal de Brasília

06/02/2020 11h14

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou na noite da quarta-feira, 5, que a Bolsa está “supervalorizada”, alertando que “temos de tomar um certo cuidado”, pois ainda “há um longo caminho” a ser percorrido com o andamento das reformas econômicas, como a tributária e a administrativa.

“Muitos (empresários) não querem mudar nada (no sistema tributário). Não é justo a gente ficar concentrando os nossos esforços, e a unanimidade dos empresários, nas reformas previdenciária e administrativa, porque elas atingem os servidores públicos e os brasileiros mais simples. Naquelas (tributária) que eles (os empresários) vão ajudar, se eles não querem ajudar, também não é justo”, advertiu. “Se a gente não resolver o sistema tributário, eles (os empresários) vão pagar a conta lá na frente.”

Em entrevista à GloboNews, o parlamentar disse que o Brasil “ainda está em crise” e “cresceu só 1% em 2019, e o último trimestre foi muito pior que a gente esperava”. Sem aprovar as próximas duas reformas da fila e sem encontrar soluções para mostrar a investidores preocupação do País com a preservação ambiental, ele comentou, o crescimento vai continuar em um nível baixo.

Para Maia, falar que o País vai crescer “2%, 3% ou 4% é excesso de otimismo” e diminui a “urgência” de passarem pelo aval do Congresso as reformas consideradas fundamentais após a aprovação das mudanças nas regras da Previdência Social. Ainda assim, o deputado considera haver “espaço” no Congresso para avançar com a proposta do governo para a reforma da administração pública e a tributária ao mesmo tempo.

Maia foi questionado sobre a diferença das suas declarações sobre o governo federal no ano passado, quando chegou a se referir ao Palácio do Planalto como uma “usina de crises”, em relação ao início de 2020 – ele afirmou tratar de temas que considera relevantes diretamente com o presidente Jair Bolsonaro, com quem tem, nas suas palavras, “uma ótima relação”

O presidente da Câmara abordou, por um lado, os efeitos de polêmicas gestadas pelo próprio Executivo sobre a economia, apontando que a projeção, no fim de 2018, era de que o PIB brasileiro cresceria 2,5% em 2019, mas “virou 1%” por causa das crises amplificadas dentro do próprio governo. Por outro, Maia apontou para a sua sintonia com a agenda do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Diante da insistência sobre uma eventual mudança de tom em relação a Bolsonaro, Maia ainda elogiou a postura do presidente na discussão em torno do peso de impostos sobre o custo do combustível nos postos de gasolina. Na sua visão, Bolsonaro adotou uma “posição corajosa” ao oferecer uma eventual perda de arrecadação com a isenção de impostos federais sobre o combustível como forma de baixar o preço cobrado na bomba.

Doria, Huck e Ciro têm de ‘começar a conversar’ sobre 2022, diz Maia

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),  também falou sobre a corrida à Presidência da República em 2022. Questionado por jornalistas sobre os nomes a que tem demonstrado apoio para formar uma aliança de centro, sem necessariamente lançá-los antecipadamente à disputa daqui a dois anos, o parlamentar comentou que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o apresentador de televisão Luciano Huck e o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), “têm de ter coragem de começar a conversar para 2022”. Senão, acrescentou Maia, a disputa será decidida entre Jair Bolsonaro “e o candidato do Lula”.

Estadão Conteúdo

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