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Política & Poder

Gilmar Mendes retira investigação contra Serra da primeira instância e remete ao STF

O caso apura se o tucano recebeu R$ 5 milhões da corretora de planos de saúde Qualicorp sem ter declarado a verba na prestação de contas eleitoral

Redação Jornal de Brasília

01/09/2020 14h49

São Paulo – O ministro de Relações Exteriores, José Serra, apresenta os planos da pasta de comércio exterior do novo governo para empresários, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Matheus Teixeira
Brasília, DF

O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou que uma investigação contra o senador José Serra (PSDB-SP) por caixa 2 nas eleições de 2014 seja retirada da Justiça Eleitoral de primeiro grau e remetida ao Supremo.

O caso apura se o tucano recebeu R$ 5 milhões da corretora de planos de saúde Qualicorp sem ter declarado a verba na prestação de contas eleitoral. A apuração faz parte do braço eleitoral da Lava Jato em São Paulo.

Gilmar decidiu que os autos devem ser enviado à PGR (Procuradoria-Geral da República) assim que chegarem ao STF. O ministro destacou que é necessária a manifestação da procuradoria “tendo em vista o risco de prescrição”.

No despacho, o magistrado afirma que a ordem vale para esse procedimento e “todos os correlatos”.

Neste processo que Serra foi alvo de busca e apreensão em 21 de julho. A operação foi determinada pelo juiz Marcos Vargas, da 1ª Zona Eleitoral de SP.

Na ocasião, Vargas determinou cumprimento de quatro mandados de prisão temporária e 15 de busca e apreensão. Uma das buscas era no gabinete de Serra e, depois da decisão, o ministro Dias Toffoli, do STF, anulou a ordem de primeira instância.

O processo já estava suspenso também por decisão de Toffoli proferida durante o recesso, em 29 de julho. O ministro entendeu que a operação da Polícia Federal pode ter atingido documentos e informações relativas ao exercício do mandato de Serra no Senado, que é protegido pelo foro privilegiado.

O caso iniciou com um inquérito no STF e, em 2019, havia sido remetido à primeira instância devido à restrição do foro privilegiado decidido pela corte.

O Ministério Público de SP, que investigava o caso, afirma que após a acordos de colaboração premiada e outras provas demonstram possível envolvimento de Serra no esquema.

A operação foi determinada com base em “fundados indícios do recebimento por José Serra de doações eleitorais não contabilizadas, repassadas por meio de operações financeiras e societárias simuladas, visando assim a ocultar a origem ilícita dos valores recebidos”, segundo o MPSP.

Ao STF, porém, os advogados de Serra afirmaram que a investigação envolve fatos cometidos durante e em função do mandato em curso, o que atrai a competência do Supremo.

A defesa cita trechos da coletiva do delegado da PF Milton Fornazari que indicariam a apuração de casos que afetam o mandato parlamentar.

As informações são da Folhapress

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