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Política & Poder

Força-tarefa da Lava Jato apresenta denúncia e pedido de prisão de Paulo Vieira de Souza

Operador financeiro que registrava lavagem de dinheiro no celular como “Grude” persistiu dissipando o patrimônio ilícito em 2017, 2018 e 2019

Aline Rocha

24/06/2019 17h17

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Aline Rocha
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Uma nova denúncia contra Paulo Vieira de Souza foi apresentada pela força-tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal (MPF), pela prática de lavagem de dinheiro, em 2016, com o montante de US$ 400 mil. As investigações revelaram que, em 23 de maio daquele ano, ele transferiu a quantia de sua conta na Suíça, mantida no nome da offshore Groupe Nantes, para a conta titularizada pela offshore Prime Cheer Ktd., mantida em instituição financeira sediada em Hong Kong, e controlada pelo doleiro Wu-Yu Sheng, que atuava em conjunto com o operador financeiro Rodrigo Tacla Duran.

Para a internalização do valor, houve uma operação de dólar-cabo invertida: disponibilizados os US$ 400 mil no exterior à dupla de doleiros Wu-Yu e Tacla Duran, este último realizou quatro entregas em maio e junho de 2016 do valor equivalente em reais no Brasil a Paulo Vieira de Souza.

As operações foram registradas por Paulo Vieira de Souza em seu celular como “Grude – OK Rui Rei”, sendo “Rui Rei” um dos codinomes utilizados pelo operador Rodrigo Tacla Duran, como admitido por ele próprio perante CPMI do Congresso Nacional. Nas anotações realizadas em maio e junho de 2016, Paulo Vieira de Souza fez constar a taxa de conversão dos US$ 400 mil repassados no exterior e os valores das quatro operações de entrega dos valores em reais no Brasil, por Rodrigo Tacla Duran: R$ 400 mil, R$ 400 mil, R$ 450 mil e R$ 130 mil.

Na cota da denúncia a força-tarefa da Lava Jato no Paraná requereu à Justiça, com base em novas informações e provas recebidas via cooperação internacional, a decretação de nova prisão cautelar de Paulo Vieira de Souza. Ficou evidenciado que, em liberdade, o operador persistiu dissipando o seu patrimônio obtido ilicitamente a partir da conta bancária que abriu no Deltec Bank and Trust Limited, nas Bahamas, para onde foram enviados, no início de 2017, cerca de US$ 34 milhões que antes mantinha na Suíça. A partir da nova conta em Bahamas, foram realizadas ao menos sete transferências, entre 2017 e 2019, que somaram mais de US$ 5 milhões, conforme discriminado na peça acusatória.

 

Com informações de MPF

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