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Política & Poder

Em entrevista, Lula diz ter obsessão de “desmascarar” Sérgio Moro

Willian Matos

26/04/2019 19h32

Lula

Foto: Ricardo Stuckert

Da Redação
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Em entrevista exclusiva para a Folha de S. Paulo e o jornal El País nesta sexta-feira (26), o ex-presidente Lula afirmou que o Brasil está sendo governado por “um bando de maluco”. A entrevista chegou a ser censurada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas a decisão foi revista na última semana. O petista recebeu, portanto, os dois veículos, em sala preparada na sede da Polícia Federal em Curitiba, onde está preso.

Jornalistas, fotógrafos e cinegrafista foram colocados a uma distância de quatro metros de Lula, ninguém tinha a autorização para se aproximar. A PF afirma que estava cumprindo protocolo de segurança comum a todos os presos.

O ex-presidente falou, em 2h10 de entrevista, sobre a vida na prisão, a morte do neto, o governo de Jair Bolsonaro, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, as acusações de corrupção que sofreu e a possibilidade de não sair da prisão.

“Eu tenho uma obsessão, porque eu tenho certeza, o Moro tem certeza [da inocência de Lula]. Se as pessoas não confessarem agora, no dia da extrema unção vão confessar. Ele [Moro] tem certeza que eu sou inocente.”

“Muita gente achava que eu deveria sair do Brasil, ir para uma embaixada, que eu deveria fugir. E eu tomei como decisão que o meu lugar é aqui [no Brasil]. Eu tenho tanta obsessão de desmascarar o [ex-juiz e ministro Sergio] Moro, de desmascarar o [procurador Deltan] Dallagnol e a sua turma, e desmascarar aqueles que me condenaram, que eu ficarei preso cem anos, mas eu não trocarei a minha dignidade pela minha liberdade”, afirmou.

“Eu quero provar a farsa montada. Montada aqui dentro, montada no Departamento de Justiça dos EUA, com depoimento de procuradores, com filme gravado, e agora mais agravado com a criação da fundação Criança Esperança do Dallagnol, pegando R$ 2,5 bilhões da Petrobras para criar uma fundação para ele. Eu tenho uma obsessão. Você sabe que eu não tenho ódio, não guardo mágoa porque, na minha idade, quando a gente fica com ódio a gente morre antes. Então como eu quero viver até os 120 anos, porque eu acho que sou um ser humano que nasceu para ir até 120 [anos], eu vou trabalhar muito para provar a minha inocência e a farsa que foi montada. Por isso eu vim para cá com muita tranquilidade”, complementou o ex-presidente.

“Havia uma briga no sindicato aquele dia [da prisão, em abril de 2018], entre os que queriam que eu viesse e os que queriam que eu não viesse [para a prisão]. E eu tomei a decisão. Eu falei “olha, eu vou”. Eu vou lá. Eu não vou esperar que eles venham até mim. Eu vou até eles porque eu quero ficar preso perto do Moro. O Moro saiu daqui [de Curitiba]. Mas eu quero ficar preso. Porque eu tenho que provar a minha inocência”, concluiu o ex-presidente”, concluiu Lula.

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