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Política & Poder

Dia da Democracia: “O povo precisa participar e ser tolerante”, diz cientista político 

Agência UniCeub

15/09/2019 12h30

Atualizada 16/09/2019 19h25

Nathália Kuhl
Agência de Notícias UniCEUB/Jornal de Brasília

O Brasil já passou por vários tipos de organização política ao longo da história. Feudalismo, Absolutismo, Monarquias e Ditaduras. Neste domingo (15), é comemorado o Dia Internacional da Democracia.

A data foi uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2007, com o objetivo de promover a democratização e a observação dos direitos e liberdades do homem. Atualmente, o Brasil é um país democrático, uma organização social exercida pelo povo, um sistema que se forma pela livre escolha de governantes pela maioria da população através de votação.

O cientista político Guilherme Otaviano ressalta que “a intenção da democracia é dar voz e representatividade para a sociedade. “Para que uma democracia funcione de maneira eficaz, o seu povo precisa estar disposto e participar de maneira efetiva da roda democrática de contribuições, cooperações, com um ambiente de tolerância a ideias contrárias e respeito às diferenças e às minorias”.

Otaviano explica que, sem a liberdade que a democracia necessita, manifestações não são permitidas. “O voto universal não existe e, principalmente, a discriminação entre determinados tipos de membros da sociedade se torna latente”. O cientista também observa que é importante relembrar que o ato de votar não garante a existência de uma democracia, esse voto precisa ser respeitado, livre e igualitário.

“O respeito precisa ser de todos os lados da democracia, o campo majoritário precisa respeitar a minoria, e a minoria respeitar a maioria, dentro das regras que foram estabelecidas pela Constituição daquela sociedade.”

Surgimento

A democracia surgiu na Grécia, no século 6 a.C. A palavra vem de demos” = povo e “kratos” = poder. Naquela época, o povo se reunia para discutir questões relacionadas à cidade. “Nos séculos XIX e XX, em vários lugares ao redor do mundo, o direito de voto foi estendido a todos os adultos reconhecidos como cidadãos, independentemente de sexo, cor da pele, posição social, filiação ideológica ou crença religiosa, o que ficou conhecido como sufrágio universal; nesse período, surgiram também os sistemas partidários que consolidaram a competição eleitoral como centro da disputa pelo poder”. 

Já aqui no Brasil, a democracia é jovem, e foi interrompida durante vários momentos da história. Na República Nova, instaurada em 1946 (após o período de 15 anos do Estado Novo de Getúlio Vargas, houve a volta da democracia no Brasil, que se estenderia até 1964. “Segue-se a Ditadura Militar, caracterizada por um período de repressão e de perseguição que impedia as pessoas de terem liberdade de expressão”. Somente após 30 anos de luta foi restabelecido o regime democrático, por meio das Diretas Já  e implementada uma nova constituição. Ambos seguem vigentes até os dias atuais.

Uma pesquisa Datafolha, divulgada no final do ano passado, trouxe que uma parcela do Brasil vibrava a favor da volta do regime autoritário. Os dados mostraram que 69% dos brasileiros acreditam que a democracia é sempre melhor do que qualquer outra forma de governo, contra 12% que acham que a ditadura é melhor em certas circunstâncias. Para 13%, tanto faz se o governo é uma democracia ou uma ditadura.

O levantamento também aponta que quanto mais escolarizado o entrevistado, maior o gosto pela democracia. Entre os menos escolarizados, 55% acreditam que a democracia é a melhor forma de governo. Entre os eleitores com curso superior, o índice sobe para 84%. No caso dos jovens, 74% dos eleitores de 16 a 24 anos, e 64% dos mais velhos, com mais de 60 anos, apoiam a democracia.

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