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Política & Poder

“Dar passe livre para quem tem condições não é normal”, declara Ibaneis

Arquivo Geral

05/02/2019 18h02

Foto: Renato Alves/Agência Brasília.

Rafaella Panceri
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O Governo do Distrito Federal (GDF) quer economizar R$ 150 milhões com a cobrança de um terço da tarifa do transporte público por estudantes. O governador Ibaneis Rocha (MDB) sustenta a proposta, que permanece travada no Palácio do Buriti, e afirmou que aceitará sugestões da Câmara Legislativa do DF (CLDF) até a próxima sexta-feira (8), quando o projeto será protocolado. A negociação foi estabelecida em reunião com os deputados distritais na manhã desta terça-feira (5).

“A defesa é essa [pagamento de um terço], mas tenho que negociar com a Câmara Legislativa, que são os representantes da população. Não custa nada ouvi-los. Coloquei de uma maneira que dá para todo mundo pagar”, justificou o governador.

“Eu fui estudante, sei como é isso. Pagava os 30% com toda dificuldade. Venho de família pobre e nós dávamos conta de pagar o transporte. Quando você faz isso, moraliza o sistema. Pagando, as pessoas valorizam mais. Sempre foi assim”, acrescentou.

A cobrança faz parte de uma força-tarefa de contenção de gastos públicos. “Temos necessidade de economia nessa cidade. Vamos ter que economizar R$ 2 bilhões no ano que vem, além de melhorar a arrecadação, ou não vamos equalizar as contas no DF”, suscitou Ibaneis.

O governador alfinetou a gestão de do ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB), que alega não ter deixado dívida ao governo atual. “A história de que não existe dívida é mentira. Existe e precisa ser paga”, afirmou Ibaneis. A cobrança de 30% no valor do passe livre é um “instrumento real” de conter despesas, segundo ele.

“Não tem como beneficiar toda a população. Temos que cuidar dos mais carentes e cobrar dos que podem pagar. Em um Estado que está quebrado, dar passe livre para quem tem condições não é normal”, defendeu.

Para o governador, o texto do projeto está correto e restabelece uma situação antiga já existente no DF. “E como é na maioria dos estados. Se o deputados tiverem propostas para aperfeiçoá-lo, vou ouvi-los, garantiu”. Para o GDF, a aprovação é necessária, porque as despesas com passe livre somam R$ 300 milhões anuais.

O governador reconheceu que há corrupção dentro do DFTrans. Aliada à falta de gestão, a prática dificultaria a subsistência do modelo vigente. Por isso, o Poder Executivo proporá um modelo de bilhetagem por meio do Banco de Brasília (BRB) e espera economizar R$ 100 milhões iniciais com mudanças nas regras de gestão. Os estudos para a nova proposta serão finalizados até a próxima terça-feira (12).

“Todo mundo cobra alguma coisa. Uns querem a terceira parcela, outros querem a paridade, melhora dos buracos, asfalto, energia mais barata. Ninguém lembra que essa conta é paga por alguém. Não existe almoço grátis. Ou governo economiza ou haverá aumento de impostos. E é pior porque gera desemprego”, expôs o governador.

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