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Política & Poder

Damares diz que homens devem abrir porta de fábricas e de partidos para mulheres

“Fui criticada, vereadores, quando eu disse que nós queremos ensinar meninos na escola a abrir a porta do carro, ensinar os meninos a abrir a porta para mulher, ensinar a levar flor para mulher”, afirmou

Redação Jornal de Brasília

08/08/2019 20h21

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, participa de audiência pública na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara. Foto: Agência Brasil

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou nesta quinta (8) que homens não devem apenas abrir a porta do carro para mulheres, mas também abrir a porta de fábricas para empregá-las e de partidos, para que tenham mais representatividade política. 

“Fui criticada, vereadores, quando eu disse que nós queremos ensinar meninos na escola a abrir a porta do carro, ensinar os meninos a abrir a porta para mulher, ensinar a levar flor para mulher”, afirmou. 

“Não é para menino abrir apenas a porta do carro, é para ele abrir a porta da fábrica para dar emprego para a mulher. É para ele abrir a porta dos partidos para as mulheres terem acesso a partidos sem precisarem de cota. É para eles abrirem, inclusive, a porta do parlamento. Precisamos de mais mulheres no parlamento.”

“É isso que nos queremos. Construir uma sociedade igual. A igualdade de direito entre homens e mulheres”, acrescentou.

A declaração foi feita na Câmara Municipal de Campinas (interior de São Paulo), durante audiência pública para discutir políticas públicas de proteção a mulheres. 

Damares chegou à Câmara por volta das 14:30, sob aplausos e gritos de protesto. 

Manifestantes carregavam cartazes escritos “Não me diga como me vestir, diga a eles para não em estuprar” e “Tchau, querida Dada” (em referência à frase contra a ex-presidente Dilma que se popularizou em grupos de direita durante o período do impeachment). 

Todo o barulho dos opositores enfureceu as pessoas favoráveis à ministra, que eram maioria na Casa e carregavam cartazes com corações cor de rosa com o nome da ministra e gritavam “Ela me representa!”.

O embate ficou mais acalorado e a ministra teve que interromper o discurso em meio a uma crise de tosse. 

“Se eu pudesse falar mais baixo, não forçaria tanto a minha voz. Nao estou bem de saúde. Bora continuar!”, disse.

Damares falou sobre medidas de prevenção e combate à violência contra a mulher que serão prioridade em sua gestão, tais como o ensino da Lei Maria da Penha para crianças a partir dos 4 anos nas escolas, a capacitação de líderes religiosos para que acolham vítimas e a criação de espaços cor de rosa nos IMLs (Institutos Médicos Legais) para que a mulher vítima de agressão a ser periciada seja tratada com dignidade e se sinta acolhida. 

“Precisamos fazer uma grande revolução cultural em defesa da mulher no brasil”, afirmou.

Nesta quarta (7), Damares assinou um pacto para enfrentar a violência contra a mulher, junto com o ministro da Justiça, Sergio Moro, e outras autoridades. 

Na ocasião, o ministro Sergio Moro afirmou que há homens que recorrem à violência por se sentirem intimidados por mulheres. Questionada sobre a afirmação pela reportagem nesta quinta, Damares disse que não iria comentá-la. 

Damares também falou sobre grupos “invisibilizados” que terão atenção da pasta que comanda. Entre eles, mulheres ciganas, idosos e pessoas com doenças raras. 

Após o fim da audiência, tirou inúmeras selfies com vereadores e apoiadoras que teciam elogios à ministra e seguiu para uma concessionária, onde participou de uma solenidade de entrega de carros para conselhos tutelares de quatro cidades no interior paulista –Campinas, Guarulhos, Águas de Lindóia e Votorantim.

As informações são da Folhapress.

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