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Política & Poder

Bolsonaro está na mira de grupo terrorista, aponta revista

A revista conversou com o terrorista, conhecido como Anhangá, por meio da deep web, uma área da internet utilizada como meio de comunicação entre criminosos

Aline Rocha

19/07/2019 11h00

Aline Rocha
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Nesta semana, a capa da revista Veja traz a história de um terrorista da Sociedade Secreta ao Selvagem (SSS) que, no Brasil, se autodenomina Individualistas que Tendem ao Selvagem (ITS), conhecida por promover atentados a políticos e empresários em todo o mundo. De acordo com o terrorista, o grupo pretende matar o presidente da República, Jair Bolsonaro.

A revista conversou com o terrorista, conhecido como Anhangá, por meio da deep web, uma área da internet utilizada como meio de comunicação entre criminosos de diversas variedades. Ele afirma que a Polícia Federal está ciente dos planos da organização criminosa e trabalha para impedir que o atentado aconteça.

A ideia de assassinar Bolsonaro começou antes de sua posse, ainda na época das campanhas eleitorais. De acordo com Anhangá, em 1º de setembro de 2018, uma página do Facebook trazia uma ameaça ao, até então, deputado federal Jair Bolsonaro. Cinco dias depois, em 6 de setembro, Adélio Bispo esfaqueou o candidato durante a campanha em Minas Gerais.

Assim que Bolsonaro tomou posse, a ideia era executá-lo no dia mas, por causa do esquema montado pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e pelo Exército, o plano criminoso foi frustrado. “Anhangá” revelou que o ITS colocou uma bomba em uma Igreja Católica a 50 KMs do Palácio do Planalto que mataria milhares de pessoas e traria repercussão mundial.

O grupo terrorista publicou um vídeo anunciando que praticaria o atentado terrorista no dia da posse por meio de um provedor de vídeo instalado na Suíça mas, como o plano não foi executado, em abril mandaram recados às autoridades: dois carros do Ibama foram incendiados por meio de uma bomba, em Brasília.

No local em que ocorreu o incêndio, diversas pichações e ameaças de morte direcionadas ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foram encontradas. O grupo postou, novamente, um vídeo assumindo a autoria do atentado. As ameaças que vêm sendo feitas pelo grupo são de grande preocupação à PF.

A organização terrorista afirma que Salles “é um cínico. É um lobo tomando conta do galinheiro” e que ele “não descansará em paz, quando menos esperar, mesmo que saia do Ministério que ocupa, a vez dele chegará”, ameaçam.

Além de Salles, a ministra de Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos , Damares Alves. Anhangá conta que a visão que eles têm dela é de uma “cristã branca que prega uma coisa e faz outra”.

Outra revelação feita por Anhangá é que o ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli também está na mira do grupo terrorista desde que passou a defender uma investigação na Internet contra quem criticava ministros da Corte. O ITS planejava metralhar, também, o ministro do STF Alexandre de Moraes no aeroporto de Congonhas, mas não conseguiram porque autoridades têm acesso às salas Vip. Alexandre de Moraes chegou a comentar com jornalistas que achava que estava sendo seguido.

O grupo afirma que foi fundado no México, em 2011 e tem representantes na Argentina, México, Chile, Espanha e Grécia e afirma ter sido fundado no México em 2011. De acordo com a reportagem, a PF tem o conhecimento de que o grupo colocou uma bomba na rodoviária de Brasília, em 2017, mas o artefato não chegou a explodir.

Anhangá significa “espírito que protege os animais”, em tupi- guarani. O homem diz ter 20 ou 30 anos, está em um lugar escondido de Brasília, chama Jair Bolsonaro de “estúpido e populista” e fala que a PF é incompetente. Em um relatório da inteligência, a federal destaca que o grupo é muito organizado e que os seus atos são cometidos com extrema gravidade, alerta.

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