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Política & Poder

Bolsonaro aconselha Ibaneis sobre resistência à militarização: “Não tem que escutar”

“Vi que alguns tiveram votação e não aceitaram. Não tem que escutar. Tem de impor”, comentou o presidente, sobre escolas contrárias à gestão compartilhada

Willian Matos

05/09/2019 11h59

Willian Matos
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Durante o lançamento do projeto de escolas militarizadas do Governo Federal, no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) aconselhou o governador Ibaneis Rocha (MDB) quanto à resistência que algumas instituições apresentaram sobre a intervenção da Polícia Militar (PMDF) nas escolas. Bolsonaro frisou diversas vezes: “Tem de impor”.

“Temos aqui a presença física do nosso governador do DF, Ibaneis. Parabéns, governador, com essa proposta. Vi que alguns bairros tiveram votação e não aceitaram. Não tem que escutar. Tem de impor”, disse o presidente. Bolsonaro avalia que a gestão compartilhada com a PMDF é necessária para a formação educacional de crianças e adolescentes, bem como para a segurança dos estudantes.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, acompanhado de outras autoridades. Foto: Renato Alves/Agência Brasília

Recusa

No dia 17 de agosto, algumas escolas do Distrito Federal organizaram votação para opinar sobre a ideia da gestão militarizada. O CEF 407, de Samambaia Norte, e o Gisno, da Asa Norte, se mostraram contrários à ideia.

No entanto, Ibaneis afirmou que os votos têm caráter consultivo, e que a decisão final era do governo. “Isso não é uma disputa entre sindicato e governo. Entre esquerda e direita. O governo tem a sua posição. E vai implementar as escolas (compartilhadas)”, disse à época.

Mais sobre militarização

Estados e o DF têm de 6 a 27 de setembro para indicar duas escolas que poderão receber o programa nacional das escolas cívico-militares, regulamentada nesta quinta (5) após assinatura do decreto de Bolsonaro, já no primeiro semestre letivo de 2020. Os colégios devem ter de 500 até mil alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental ou alunos de ensino médio.

A ideia é que os militares atuem em tutorias e na área administrativa. De acordo com o governo, os militares não devem substituir professores em salas de aula.

Devem ser contratados militares da reserva, por meio de processo seletivo. A duração mínima dos serviços é de 2 anos, prorrogável por até 10. O contrato com os militares da reserva pode ser cancelado a qualquer momento. Os profissionais vão ganhar 30% da remuneração que recebiam antes de se aposentar.

Estados podem destinar policiais e bombeiros para ajudar na administração da escola. O Ministério da Educação repassará verba ao governo, que investirá na infraestrutura das unidades escolares, material escolar e reformas. Segundo o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, devem ser usados, na primeira fase, 540 militares da reserva para atuar em 30 escolas.

Em julho, o ministério havia divulgado meta de criar 108 escolas cívico-militares em regiões mais carentes ao lançar uma carta de compromissos com a educação básica. Ao destacar que a meta foi dobrada, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que pretende terminar o mandato com 10% das escolas do País sob gestão cívico-militar. Com agências

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