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Política & Poder

Barroso diz que instabilidade no e-Título se deve a acessos de “última hora”

Ele fez as declarações durante visita ao projeto Eleições do Futuro em Valparaíso de Goiás (GO), no entorno do Distrito Federal

Marcus Eduardo Pereira

15/11/2020 16h46

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, reconheceu que o aplicativo e-Título está apresentando instabilidade momentânea, mas disse que isso se deve ao grande volumes de usuários que tentam baixar o aplicativo “simultaneamente” e de “última hora”. Só ontem, disse Barroso, foram 3 milhões de acessos num único dia. “Todo mundo baixando no último dia tem esse problema”, disse. “Peço que as pessoas se empenhem e insistam”, afirmou Barroso, ressaltando que o aplicativo está funcionando. Ele fez as declarações durante visita ao projeto Eleições do Futuro em Valparaíso de Goiás (GO), no entorno do Distrito Federal.

Eleitores relatam desde cedo instabilidades no funcionamento do aplicativo. Entre as queixas, os usuários afirmam não estar conseguindo baixar o aplicativo, consultar a zona eleitoral ou concluir a operação de justificativa do voto.

A área técnica do TSE informou mais cedo que pode haver instabilidade momentânea no uso do aplicativo em razão do excesso de acessos. No entanto, segundo o órgão, até às 8h30 deste domingo, cerca de 400 mil eleitores já haviam justificado a ausência pelo aplicativo. A orientação do TSE ao eleitor é que siga tentando usar o aplicativo, em alguns minutos depois.

A Justiça Eleitoral ainda lembrou que, para justificar o voto, é necessário estar fora do domicílio eleitoral e o aplicativo faz a verificação por georreferenciamento. Além do aplicativo, a Justiça Eleitoral tem ainda o Tira-Dúvidas Eleitoral, que permite consulta a local de votação e outros serviços.

Segundo informações do site do TSE, o eleitor que não conseguir comparecer às urnas neste domingo também pode, em até 60 dias após cada turno da votação, apresentar justificativa pelo e-Título, pelo Sistema Justifica na internet ou entregar o Requerimento de Justificativa Eleitoral (pós-eleição) em qualquer zona eleitoral. Pode ainda enviá-lo pela via postal ao juiz da zona eleitoral na qual for inscrito, acompanhado da documentação comprobatória da impossibilidade de comparecimento ao pleito.

Empresas de tecnologia e redes sociais viraram parceiras

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, afirmou que as empresas de tecnologia e as redes sociais tornaram-se parceiras do TSE no enfrentamento à desinformação. Segundo Barroso, essas empresas “passaram a ser um instrumento grave do comprometimento da democracia, passaram a depor em casas legislativas e depois mudaram de atitude”. A mudança, diz o ministro, foi “decisiva para minimizar o impacto” das notícias falsas.

“As empresas de tecnologia mudaram de atitude. O comportamento que elas mantiveram em 2016, nas eleições dos Estados Unidos, e em 2018, no Brexit, era ‘não interfiro, não me meto, não quero nem saber, não sou censor privado'”, disse Barroso, em entrevista coletiva.

Na sequência, o presidente do TSE elencou parcerias feitas com essas plataformas e também com empresas de jornalismo tradicional e de checagem de fatos como um esforço importante e inédito contra a desinformação. “Temos a impressão de que ganhamos essa batalha. As informações fraudulentas não tiveram um papel relevante nessas eleições”, resumiu Barroso.

Como fruto dessas parcerias, Barroso afirmou que o TSE foi capaz de distribuir pelos veículos de imprensa notícias verdadeiras e checagens de fatos. Outro fator citado pelo presidente do TSE que pode ter contribuído para coibir a disseminação de notícias falsas foram prisões em flagrante contra pessoas dedicadas a espalhar essas mentiras. “Os ‘profissionais de fake news’ a gente manda a PF Polícia Federal atrás. Fizemos prisões em flagrante em diversos locais de origem de fake news, e isso também funcionou como desestímulo”, argumentou.

Barroso também disse que não sabe afirmar se as eleições municipais são menos afetadas pela desinformação do que as eleições nacionais. Ele disse que as eleições municipais “são mais acirradas localmente, e com maior possibilidade de profusão de fontes de notícias falsas”, problema que se agrava diante dos quase 5.600 municípios brasileiros.

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