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Muito Prazer, Luisa Miranda
Muito Prazer, Luisa Miranda

Você já recebeu cafuné com o pé?

Explorar o toque pode pode ampliar nossas formas de carinho, deleite e afeto. Afinal, todo o nosso corpo tem potencial para o prazer.

Lu Miranda

28/02/2024 15h06

couple in love lying in the grass and lifting their legs up. summer sunny day.

Semana passada, peguei carona com uma amiga para chegar até o trabalho e, no percurso, falamos sobre várias questões maravilhosas. Não somos íntimas uma da outra, mas claramente existe muita admiração, o que facilitou bastante a comunicação e a contação da história da nossa vida.

Nossa viagem durou, em média, 45 minutos. Falamos sobre trabalhos, percepções de vida, prazeres, amores e afetos, até que ela se sentiu confortável para compartilhar uma história amorosa comigo. Ela relatou sobre uma experiência na qual estavam, ela e a parceria, sentadas no tapete da sala, quando, após trocas e conexões, ela se sentiu à vontade para levantar as pernas e fazer cafuné na cabeça dele com os pés. Conseguiu imaginar essa cena? Vale ressaltar que, para ela, afetos que envolviam todo o corpo eram comuns e adorava explorar essa liberdade em seus relacionamentos.

Pois, então, essa questão nos abriu a mente para questionar o quanto ainda somos limitados quanto ao toque. Digo isso, pois, segundo ela, a parceria que tinha seus 45 anos nunca havia recebido um cafuné com os pés.

E a questão que fica é: por que limitamos tanto nossas formas de carinho, deleite e afeto a tão poucas áreas do corpo? Por que não o exploramos em sua abundância? Afinal, todo o nosso corpo tem potencial para o prazer. Sabia disso?

Todavia, infelizmente, como já citei em textos anteriores, nossa sexualidade é composta por inúmeras variáveis. De forma geral, a maior parte delas sãos machista, patriarcais e conservadoras, nas quais o homem não pode demonstrar sua vulnerabilidade (e isso envolve dar e receber afeto) e a mulher é vetada de se empoderar sexualmente. Além disso, precisamos aprender a separar sexo de afeto; eles se complementam, mas não são a mesma coisa.

Ou seja, vulnerabilidade não é fraqueza. Empoderamento sexual não é promiscuidade. Afeto não é sexo. Sexo é consequência.

Dito isso, experimente usar seu corpo de formas diferentes. Faça cafuné com o pé. Cheire sua parceria, lamba o dedão. Puxe, morda devagar. Assopre… deguste seu corpo e o do outro. Delicie-se como se fosse seu prato preferido. Divirta-se. E caso queira mais, repita.

Conecte com os seus sentidos. Explore o potencial do seu corpo. Brinque e se questione sobre suas regras de prazer e afeto. Dessexualize o afeto. Aprenda a receber. E caso não seja como o esperado, ria e tente outra vez.

Aproveito para deixar um agradecimento especial a você que confiou e compartilhou um pouco da sua experiência comigo. Quero mais!

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