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Saúde

Vacina contra o sarampo: mitos e verdades

Mitos sobre tratamentos caseiros e supostos efeitos colaterais do imunizante ameaçam cobertura vacinal contra o sarampo e outras doenças

Redação Jornal de Brasília

12/09/2025 16h41

Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde-DF

Foto: Matheus Oliveira/Agência Saúde-DF

A desinformação em saúde é um dos maiores desafios enfrentados pelas instituições do setor. Notícias falsas circulam rapidamente, especialmente nas redes sociais, colocando em risco a proteção de toda a população. Entre os mitos mais persistentes estão os supostos tratamentos caseiros, a ideia de que vacinas poderiam causar autismo e a crença de que a imunidade natural seria mais eficaz que a obtida por meio da vacinação.

Segundo Tereza Luiza Pereira, gerente da Rede de Frio Central da Secretaria de Saúde (SES-DF), essas crenças podem colocar vidas em risco. “Algumas pessoas acreditam que tomar algum chá ou banho caseiro pode ajudar na cura do sarampo. Isso é mito. Enquanto a pessoa perde tempo com soluções que não funcionam, continua circulando em ambientes como escolas, trabalhos e transportes públicos, transmitindo a doença para mais pessoas. O correto é procurar imediatamente uma unidade de saúde”, alerta.

O sarampo, ressalta Tereza, não é uma doença inofensiva. “Ele pode levar à morte, especialmente em crianças menores de um ano, pessoas imunodeprimidas e gestantes. Além disso, pode deixar sequelas graves, como a surdez infantil”.

No Distrito Federal, a vacinação contra o sarampo é realizada por meio da aplicação da vacina tríplice viral. Em 2024, foram aplicadas 84,9 mil doses. Este ano, até o início de setembro, já foram registradas 66,3 mil aplicações. A cobertura vacinal em crianças de 1 ano alcançou 97,2% para a primeira dose e 88,3% para a segunda em 2024. Em 2025, os índices são de 92,7% e 82,6%, respectivamente.

Arte: Agência Saúde-DF
Arte: Agência Saúde-DF

O retorno do sarampo no Brasil está ligado à queda na cobertura vacinal nos últimos anos. A doença, que havia sido eliminada em 2016, é altamente contagiosa e pode causar complicações graves, como pneumonia e encefalite. Entre os principais sintomas estão febre alta, manchas vermelhas na pele (exantema), coriza e conjuntivite. “Se a pessoa apresentar esses sintomas, deve colocar máscara e procurar imediatamente o serviço de saúde. Não existe chá, banho ou remédio caseiro que substitua a atenção médica”, reforça Tereza Pereira.

Vacinar é um ato de cuidado coletivo. A vacina tríplice viral está disponível gratuitamente em todas as unidades básicas de saúde (UBSs). “Manter a caderneta em dia é a forma mais segura de proteger a si mesmo e toda a comunidade. Não caia em fake news. Vacinar é um ato de cuidado, responsabilidade e amor à vida”, enfatiza a gerente.

O mito de que vacinas causam autismo surgiu em 1998, a partir de um estudo fraudulento do médico britânico Andrew Wakefield, publicado na revista The Lancet. O trabalho usou dados manipulados, foi posteriormente desmentido, retirado da publicação e levou à perda da licença médica do autor. Apesar disso, a desinformação persiste até hoje, sendo adaptada inclusive durante a pandemia de covid-19. “É importante reforçar: vacinas não causam autismo. Diversos estudos científicos em larga escala comprovam de forma consistente a segurança dos imunizantes”, conclui Tereza Pereira.

Com informações da Secretaria de Saúde

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