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Saúde

Terapeuta do “Cabeção”, da Malhação, fala sobre acompanhamento

Sandro Barros, que faz acompanhamento terapêutico com dependentes químicos, desmistifica a profissão

Redação Jornal de Brasília

10/08/2022 13h13

Foto: Divulgação

O acompanhamento terapêutico vem atraindo cada vez mais os holofotes, principalmente depois que famosos como Bruno Gagliasso e Kayky Brito falaram sobre a questão em suas redes sociais. Complementando o trabalho desenvolvido por psiquiatras e psicólogos, a nova função sai do consultório e explora mais o cotidiano do paciente.

O terapeuta Sandro Barros faz acompanhamento terapêutico com dependentes químicos e fala a respeito. “Ainda existem muitas dúvidas sobre o que é essa profissão, e eu gosto de deixar claro que não sou um psicólogo, e sim um terapeuta. Me baseio no acolhimento e no encorajamento do paciente, permitindo que ele possa ter todas as ferramentas necessárias para superar o vício”, explica.

Seu trabalho tem como foco recuperar dependentes químicos, como foi o caso do ator Sérgio Hondjakoff, o “Cabeção”, personagem de Malhação, da Rede Globo, que até hoje é lembrado. Hondjakoff recentemente viralizou nas redes sociais após postar vídeos onde aparece ameaçando os pais, aparentemente sob efeito de entorpecentes.

O acompanhamento terapêutico é feito ao longo de programas diversos, onde os pacientes se sintam à vontade, como praias, parques, restaurantes, museus e praças. Ele também realiza o acompanhamento em grupos de mútua ajuda. “A ideia é acompanhar a pessoa nesses lugares e observar como ela se comporta. Busco evitar locais que os pacientes possam se sentir tentados a recaídas. Se eu estou fazendo um acompanhamento na praia e chega alguém com alguma bebida, eu sugiro ao paciente ir para outro lugar. É importante a gente estimular situações que o façam superar aquele vício, mostrar que existe toda uma vida além da droga”, detalha.

Apesar da recomendação, certas situações estão fadadas a acontecer, como uma festa de aniversário ou casamento, onde existe o consumo de álcool, e representa uma situação de fragilidade para o dependente. Nestes casos, o terapeuta fala da importância de preservar o momento e conhecer seus limites. “Em determinados casos eu acabo agindo como um ‘agente secreto’. Seja em uma viagem ou uma festa, acompanho o paciente, que costuma me apresentar como um produtor ou um sócio, o que eu acho ótimo, porque evita uma exposição desnecessária, e ali posso lidar com o ambiente. Em uma celebração, por exemplo, eu os estimulo a irem, mas ficarem pouco tempo. Assim eles comparecem, marcam presença e evitam recaídas. Então, quando vou a esses eventos, os pacientes ficam só na água”, conta.

Sandro ainda ressalta que a função de acompanhante terapêutico não elimina o trabalho realizado por psiquiatras e psicólogos. Muito pelo contrário: serve como um auxílio a esses profissionais. “O trabalho deles é imprescindível. Somos um time, trabalhando em conjunto para poder ajudar o paciente a superar um momento difícil”, acrescenta.

Para Sandro, o maior desafio é fazer com que o dependente químico reconheça o vício.

“Sobriedade não é uma simples ausência de álcool ou droga, sobriedade é um estilo de vida. Busco inspirar meus pacientes através da escuta, da observação e do apoio emocional. Permitir que eles recuperem a confiança em si mesmos, e no mundo a sua volta, é o primeiro passo para superar o vício”, finaliza.

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