A reestruturação do serviço de teleinterconsulta tem transformado o atendimento nas unidades do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF). Desde sua ampliação, pacientes atendidos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e nos hospitais geridos pelo Instituto têm acesso mais rápido a especialistas, o que reduz o tempo de diagnóstico e melhora a eficiência dos serviços públicos de saúde.
A ferramenta conecta médicos das unidades a equipes especializadas do Hospital de Base (HBDF), Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e Hospital Cidade do Sol (HSol), por meio de um sistema integrado ao prontuário eletrônico MVPEP. Assim, o médico insere dados clínicos e exames e recebe em pouco tempo um parecer técnico detalhado.
Segundo Lillian Campos, gerente de Comando Estratégico da Diretoria de Atenção à Saúde, a medida tem como meta reduzir a permanência dos pacientes nas UPAs para menos de 24 horas.
“Quando o médico tem acesso rápido ao parecer especializado, conseguimos decidir com agilidade se o paciente precisa ser transferido, internado ou se pode seguir em tratamento ambulatorial. Isso dá fluidez à jornada do paciente e segurança à equipe”, explica.
Resultados concretos
No Hospital Cidade do Sol, o serviço de teleinterconsulta em nefrologia realizou 501 avaliações em 57 dias, e 73% dos casos foram resolvidos sem necessidade de transferência. Já na hematologia do Hospital de Base, o tempo entre a suspeita e a confirmação de doenças graves, como leucemia e linfoma, caiu de semanas para menos de 24 horas.
“Hoje conseguimos autorizar consultas, encaminhar internações e iniciar tratamentos quase em tempo real. Isso representa menos sofrimento e mais chance de recuperação para o paciente”, destaca o médico Luiz Henrique Athaides Ramos.
Na cardiologia, a médica Celeste Oliveira ressalta que o sistema evita encaminhamentos desnecessários:
“Muitas vezes, pacientes chegam com alterações em exames que não têm relação com o coração. A teleinterconsulta permite ajustar o tratamento ainda na UPA e evitar intervenções desnecessárias. Isso é cuidado com responsabilidade.”
Conhecimento e expansão
Além de melhorar o atendimento, a iniciativa tem ampliado a integração entre profissionais e promovido aprendizado contínuo.
“É uma ferramenta de ensino e prática. Os médicos das UPAs aprendem com a experiência dos especialistas, e nós entendemos melhor os desafios da ponta”, explica Amandha Roberta, chefe do Núcleo de Inovação e Saúde Digital (NUSAD).
O IgesDF planeja expandir a teleinterconsulta para novas especialidades, como gastroenterologia, reumatologia, otorrinolaringologia e áreas voltadas à saúde da mulher. O objetivo é consolidar o serviço como prática permanente, integrada ao sistema digital, com suporte de videoconferência e painéis inteligentes para monitoramento de indicadores.
“Estamos construindo um modelo de cuidado mais inteligente, acessível e resolutivo. A tecnologia é o meio, mas o propósito é humano: garantir que o paciente receba o cuidado certo, na hora certa e no lugar certo”, resume Lillian Campos.
Com informações do IgesDF