O alto consumo de alimentos com valor nutricional baixo, pobres em vitaminas e ricos em carboidratos e gorduras leva a uma carência nutricional. Com a maior oferta deste tipo de comida vêm mudando inclusive o prato do brasileiro, que está com uma variedade cada vez menor atualmente.
Uma das soluções para ajudar repor estas carências é a indicação de medicamentos como vitaminas, polivitamínicos e os suplementos alimentares balanceados. Estas substâncias são indicadas em situações em que há falta de consumo ou incapacidade de absorção dos nutrientes. “A suplementação nutricional feita pelo médico proporcionará uma reposição em quantidade adequada e por tempo determinado. As carências nutricionais podem ser identificadas na consulta médica e confirmadas nos exames laboratoriais”, afirma Dra. Myrna Campagnoli, endocrinologista do laboratório Exame.
A maioria das vitaminas, sais minerais e eletrólitos pode ser dosado no sangue através de dosagens laboratoriais. Porém, existem sintomas e sinais clínicos sugestivos de carências. “Por isso, para direcionar a investigação, é imprescindível que o paciente procure um médico que fará a avaliação clínica e solicitará os exames necessários”, diz a médica.
Ela explica que, desta forma, também é possível identificar as causas das carências e prescrever o seu tratamento e não apenas repor os nutrientes. Por exemplo, se a causa da carência for inadequação dietética, o médico pode orientar a dieta adequada; se for incapacidade de absorção, ele vai identificar a causa e descobrir se é possível tratá-la. Se não for possível, orientar a suplementação vitalícia de forma adequada e eficiente.
Suplementação com moderação
Apesar dos benefícios proporcionados pelos suplementos, Dra. Myrna reforça que não há evidências de melhora da disposição, fadiga, imunidade, envelhecimento, ossos, visão e cânceres com o uso de vitaminas e polivitamínicos sem necessidade clínica. “A boa saúde e o bom funcionamento do organismo, responsáveis por esta sensação de bem estar e prevenção de doenças, são garantidas pela alimentação balanceada e rica em nutrientes, atividade física regular e acompanhamento médico para a identificação precoce de deficiências nutricionais, além da suplementação”.
A médica ressalta que os suplementos e polivitamínicos são medicamentos e, portanto, só são eficazes se houver necessidade de consumi-los. “O consumo por conta própria e sem necessidade pode prejudicar o organismo ao invés de melhorá-lo”, adverte ela.
Segundo a especialista, o excesso de minerais, vitaminas e eletrólitos presentes nos suplementos é ruim para o organismo. “Embora o corpo consiga eliminar grande parte de excessos eventuais, se o consumo for mantido (por meio de polivitamínicos e suplementos sem prescrição médica) esta eliminação será insuficiente e o depósito destas substancia afetará o bom funcionamento de tecidos e órgãos no organismo, podendo até mesmo precipitar a falência de alguns órgãos”.
