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Saúde

Queda de cabelo? Especialistas explicam relação com pandemia

“O estresse aumenta o cortisol no organismo que causa inflamação e o coronavírus provoca uma resposta exacerbada do sistema”

Redação Jornal de Brasília

23/09/2021 18h29

Foto: Pixabay

Ana Carolina Pessoa
(Jornal de Brasília / Agência de Notícias UniCEUB)

Estresse frequente, sobrecarga de emoções e  elevação do mal-estar. Um conjunto de fatores tem feito as queixas sobre quedas capilares dispararem em consultórios médicos desde o início da pandemia, segundo especialistas no assunto.

“O estresse aumenta o cortisol no organismo que causa inflamação e o coronavírus provoca uma resposta exacerbada do sistema imunológico, causando danos ao organismo da pessoa. Em ambos os casos o corpo reage fazendo priorização metabólica e direcionando os nutrientes e hormônios para reparação dos órgãos mais vitais”, explica a dermatolista tricologista (especialista em cabelo) funcional Valine Alencar.

Diagnósticos do início da pandemia

Segundo um estudo do Jornal da Academia de Dermatologia dos Estados Unidos, as quedas entre 100 e 150 fios de cabelo por dia consideradas normais, hoje já aumentaram em 400% desde o primeiro semestre de 2020.

A razão para isso é o eflúvio telógeno, uma condição reversível na qual há o enfraquecimento e queda dos fios após uma experiência estressante, muito comum em pessoas que contraíram a Covid-19.

Foto: Valine Alencar / Arquivo pessoal

A tricologista Valine Alencar acrescenta que a queda intensa é resultado de um conjunto de fatores físicos e emocionais. Ela salienta que o estresse sozinho não provoca grandes danos, mas se estiver combinado com uma má alimentação, falta de vitaminas ou, até mesmo, uma alta exposição a eletromagnéticos, pode ser a gota d’água para uma reação negativa do organismo.

Desequilíbrios

Segundo a tricologista Rosi Cunha, essas disfunções interferem na saúde do corpo, o que interfere também no equilíbrio do sistema capilar. Os problemas capilares são sintomas de várias alterações metabólicas do corpo, e quando há falta de nutrientes, o cabelo sofre alterações estruturais e também no processo do ciclo natural de crescimento.

São várias as causas das quedas capilares, como o desequilíbrios gastrointestinal e hormonal, dermatite seborréica (caspa), falta de higiene, escovas progressivas e, até mesmo, problemas bucais. 

“Problemas bucais podem influenciar na saúde do cabelo, o que causa calvície e alopecias autoimunes. Isso pode acontecer por meio da intoxicação por metais pesados, como por exemplo: o mercúrio contido nas amálgamas, o alumínio contido nas próteses dentárias, retentores, aparelhos e materiais metálicos e o flúor”, explica Rosi.

Foto: Rosi Cunha / Arquivo pessoal

Tratamentos

A perda crônica de cabelos pode levar a uma alopecia mais severa ou até definitiva. Por isso, as recomendações iniciais das tricologistas se baseiam em adotar hábitos saudáveis, melhorar a alimentação, praticar exercícios físicos, tomar sol, caminhar ao ar livre e praticar terapias naturais. Existem também profissionais que prestam esse tipo de serviço social.

Rosi Cunha esclarece que é comprovado que o ambiente externo controla até 95% da maneira pela qual muitos dos genes se expressam e que hábitos cotidianos podem alterar o “comportamento” desses genes. Isso significa que, evitando as disfunções do dia a dia causadas pelos maus hábitos, é possível ver uma melhora significativa diante dessas questões.

Desintoxicação

Para quem está com a queda capilar agravada, a profissional Valine explica que o cabelo tende a crescer naturalmente, então nem sempre é necessário um tratamento para a recuperação dos fios. Porém, se já tiver pouco cabelo e apresentar um quadro de calvície, mesmo que leve, o ideal é optar pelo tratamento.

Em seu tratamento, Valine faz a avaliação do paciente e o estabelecimento de um cronograma de desintoxicação do corpo e cuidados diversos com o couro cabeludo para recuperar a saúde e os fios.

Como o estresse se relaciona principalmente ao estilo de vida pessoal, é recomendado aos pacientes um acompanhamento psicológico para que o tratamento da queda atinja o resultado esperado.

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