Menu
Saúde

Quando a Saúde bate à porta

“O trabalho do ACS, em um primeiro momento, consiste em mapear o território de sua microárea, através do cadastramento das famílias

Redação Jornal de Brasília

08/05/2024 14h34

“No caso de uma gestante, o pré-natal é acompanhado de perto, marcamos consultas. Caso ela falte, nós fazemos uma busca ativa para saber se está tudo bem”, relata o agente comunitário de saúde, Manoel Morais. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF

Quem acessa o portal da Secretaria de Saúde (SES-DF) já sabe que uma vida saudável representa muito mais que a ausência de doenças: significa, sobretudo, alcançar o equilíbrio entre o bem-estar físico, mental e até mesmo social. A promoção da saúde, além disso, não pode se restringir às unidades da SES-DF – por vezes o atendimento à população exige ações de rua em rua e de porta em porta, em especial para os pacientes em situação de vulnerabilidade.

E é exatamente aí que se enquadra o trabalho dos 1.034 Agentes Comunitários de Saúde (ACS) da SES-DF, que integram as equipes de Saúde da Família (eSF) nos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS). A atuação dos profissionais compreende uma variedade de ações, desde o levantamento de informações sobre uma comunidade, o acompanhamento de perto das pessoas atendidas, do recém-nascido até quem já entrou na melhor idade.

“O trabalho do ACS, em um primeiro momento, consiste em mapear o território de sua microárea, através do cadastramento das famílias que ali residem. Dentro desse cadastro, existem perguntas específicas sobre escolaridade, renda familiar, doenças, medicações controladas, gravidez e outros indicadores como a falta ou não de saneamento, o consumo de álcool e drogas, a estrutura familiar…”, descreve Manoel Morais, ACS da Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 de Candangolândia.

Morais explica que os dados colhidos são inseridos no e-SUS do Ministério da Saúde, responsável por gerar informações sociodemográficos em âmbito nacional. Após realizar o cadastro das famílias, os ACSs devem ainda assistir as demais demandas dos pacientes. “No caso de uma gestante, por exemplo, o pré-natal é acompanhado de perto, marcamos consultas. Caso ela falte, nós fazemos uma busca ativa para saber se está tudo bem. Também cuidamos de hipertensos, diabéticos… Se houver um paciente acamado, fazemos visitas domiciliares com médico e enfermeiro, acompanhamos se o idoso está tomando as medicações, entre outras tarefas”, diz.

‌Atenção Primária à Saúde

A Atenção Primária à Saúde (APS) é a porta de entrada preferencial do cidadão ao Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo Sandro Rodrigues, à frente da Diretoria de Estratégia de Saúde da Família (Desf) da SES-DF, por volta de 85% dos problemas de saúde da população podem ser resolvidos pelas equipes da APS.

“A APS é um espaço próximo da casa das pessoas e conta com equipes multiprofissionais (eMulti), com servidores que conhecem esses pacientes e sabem a melhor forma de tratá-los. Então, para as ocorrências mais frequentes – aquelas do dia a dia –, a população procura os serviços da APS em uma UBS de referência. Lá as pessoas são atendidas, avaliadas e podem até ser encaminhadas à Atenção Especializada, caso necessário”, explica Rodrigues.

O papel de profissionais como os ACSs ultrapassa o campo da saúde, em especial quanto às populações vulneráveis. “Nós colhemos informações e, em debates com a equipe multidisciplinar (eMulti) – que conta com profissionais como assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e farmacêuticos –, esses agentes acompanham o ACS para uma visita in loco”, explica Morais.

“A partir das observações, se buscam alternativas, como acionar outros órgãos, a exemplo do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), do Conselho Tutelar e, dependendo do caso, do Centro de Atendimento Psicossocial (Caps)”, completa Morais, que atualmente está no oitavo semestre do curso de Psicologia e espera ajudar sua UBS com mais essa especialidade no futuro.

O ACS também pode inserir o paciente em programas sociais do governo, como no Bolsa-Família, no programa Prato Cheio ou no Cartão Vale Gás, conforme as circunstâncias em que o paciente se enquadre. “Hoje, passados 13 anos, tenho orgulho em ser Agente de Saúde. Eu me sinto abraçado pela comunidade, reconhecido por todos, e isso me impulsiona a querer fazer melhor meu trabalho”, relata Morais.

Em 1978, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reafirmou a saúde como um direito humano fundamental, enfatizando desde então que a Atenção Primária é a chave para garantir esse direito às pessoas. Do ponto de vista acadêmico, tem grande influência a contribuição da pesquisadora Barbara Sterfield, da Universidade Johns Hopkins, dos EUA, que atribuiu à APS quatro características essenciais: primeiro contato do indivíduo com o sistema de saúde; longitudinalidade (garantia de uma fonte continuada de atenção, assim como sua utilização ao longo do tempo); integralidade da atenção (acesso a todos os serviços necessários); e coordenação da atenção dentro do sistema.

Para mais informações, contate-nos pelo e-mail: [email protected]
Secretaria de Saúde do Distrito Federal | Assessoria de Comunicação

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado